Você sabe terminologia de ballet clássico?

Vocês conseguem imaginar um estudante de música que não sabe a diferença entre tempo e contratempo, ou entre dó e fá? Eu não consigo. E um estudante de ballet clássico que não sabe a diferença entre tendu e jeté, ou entre grand battement e cloche? Eu consigo. Porque eles existem aos montes.

O estudo da técnica clássica tem um propósito, do qual só falarei outro dia. Hoje, o assunto é ainda mais básico: saber o nome dos passos, dos movimentos, das indicações que correspondem ao vocabulário próprio do ballet clássico.

Qual é a diferença básica entre soubresaut, changement e entrechat-quatre? O número de mudanças de pés. É importante saber isso porque, ao ouvir uma indicação de um professor ou ler uma anotação sobre uma coreografia, você saberá o que fazer. Além disso, entenderá o que assistir e ler sobre o assunto sem ficar pensando “Mas qual é esse passo mesmo?”

Claro que esse saber se constrói com o tempo; além disso, ninguém nunca saberá tudo, porque há várias diferenças entre métodos, épocas e países. Mas como sou uma apaixonada pelo estudo, acho isso muito mais motivador do que o contrário.

Há quem não ache a menor graça em se aprofundar, e simplesmente saber que pequeno salto é um salto a poucos centímetros do chão é o suficiente. Não entrarei no mérito. Mas a meu ver, é obrigação dos professores ensinarem terminologia. O que o aluno fará com isso, aí é uma escolha dele.

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Para quem faz parte da turma que quer aprender, há o excelente The Video Dictionary of Classical Ballet. São dois DVDs, que somam quase cinco horas de vídeo, com todos os passos e movimentos possíveis, inclusive com as diferenças entre alguns métodos. É material de estudo para a vida inteira. A seguir, um trecho para vocês terem uma ideia. É um material indispensável de estudos.