Eu tenho meus momentos montanha-russa com o ballet clássico. Quando os meus dois pés estão bem fincados no chão e tenho a certeza que determinadas coisas eu nunca conseguirei fazer, surge a bailarina ressentida.
Como estou em um desses momentos, comecei a prestar atenção em outras danças. Foi quando os indícios de mulher apaixonada apareceram: enxerguei o ballet em mil lugares. Então me dei conta que não era apenas paixão, ele realmente está em outros cantos.
Às vezes, ficamos tão encantadas com o ballet clássico que esquecemos que ele não se resume a repertório e sapatilhas de ponta.
Pensar nisso me conforta, pois existem mil possibilidades. Não preciso me contentar a vida toda apenas com o corpo de baile. O que acho incrível, é bom ressaltar, mas também quero um solo. E todo mundo merece seu momento.
Selecionei a cena de um filme que retrata muito bem essa ideia. De Center Stage (Sob a luz da fama), a Jody ensaiando aquela coreografia clássica das pontas vermelhas.
Sinceramente? É assim que o ballet tem mais a ver comigo. Uma hora temos de achar nosso lugar.