Uma brasileira no Prix de Lausanne 2018

O Prix de Lausanne 2018 aconteceu entre os dias 28 de janeiro e 4 de fevereiro. Eu sigo a competição em várias redes sociais, mas a última vez que acompanhei com afinco, de assistir à final ao vivo, foi em 2014. De lá para cá, eu via apenas o resultado de relance, se muito.

Quando saiu a lista dos finalistas desta edição, vi as fotos no Facebook e achei tudo bem acrobático, não me animei nem um pouco para assistir. Depois do resultado, soube que uma brasileira foi uma das vencedoras, mas não fui atrás para saber mais.

Parece desdém? Pois olhem a lição que levei.

Nas atualizações do YouTube, apareceu o vídeo da Carolyne Galvão, a bailarina brasileira que ganhou a sétima bolsa de estudos. “Vou assistir, o que custa?”. Abri o link, fui fazer outra coisa e deixei para lá. Hoje, não sei por qual motivo, voltei para assistir.

Como ela é incrível! A sua qualidade técnica, os movimentos limpos parecem fluir do corpo da Carolyne sem o menor esforço. E a musicalidade? Resolvi procurar a lista de vencedores e assisti às apresentações clássicas de todos eles.

Eu dormi esse tempo todo? Ninguém ali parecia estudante de dança: quase não houve exagero, perna na altura certa quando era preciso, domínio do próprio corpo, pontuaram na música sem titubear. O primeiro colocado já pode sair dali facilmente para uma companhia. Também gostei muito da oitava colocada, graciosa e musical. Nem preciso comentar sobre a qualidade técnica de todos… Olha, como eu fiquei feliz por estar tão enganada!

A lista de vencedores e vencedoras está aqui.
Quem quiser ver as apresentações, separadas por coreografias clássicas e contemporâneas, aqui. A lista está em ordem de classificação.

Além da sétima bolsa de estudo, a Carolyne Galvão também recebeu o prêmio de preferida do público. Não é difícil entender o motivo. Estou só o amor por ela!

Carolyne Galvão, Prize Winner, Prix de Lausanne 2018.
A coreografia contemporânea, aqui.

 

O arabesque perfeito em movimento

Dia desses, publiquei uma foto da bailarina Bianca Scudamore e seu arabesque perfeito na final do Prix de Lausanne 2015. Agora, assistam ao vídeo da sua apresentação, ela dançou a “Variação da Fada Lilás”, de A Bela Adormecida.

O seu arabesque não foi perfeito uma vez, ela faz toda uma sequência de perfeição. Depois, ela só baixa um pouquinho o braço direito nos arabesques, mas não atrapalha em nada. Sua qualidade técnica e artística não se resume a isso, ela é belíssima! Em tempos de ballet acrobático, assistir a uma bailarina tão nova dançando dessa maneira me deu até um afago no peito.

“Variação da Fada Lilás”, Bianca Scudamore, Prix de Lausanne 2015.

O arabesque perfeito

Cada vez mais raro no ballet, o arabesque 90 graus é sinônimo de perfeição. Nesta foto, tudo está no seu devido lugar: a perna do arabesque em relação ao chão e à perna de base, a colocação do tronco, os braços, as mãos, a cabeça, o olhar. Tudo.

Para imprimir e colar na parede, para estudar sempre e servir de inspiração.

Bianca Scudamore, Prix de Lausanne 2015. Foto: Gregory Batardon.

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Para assistir à Bianca dançar, e ver esse lindo arabesque em movimento, aqui.