Mais um ano de vida para a bailarina

Hoje é o meu aniversário, estou fazendo 33 anos. E igual a 2009, 2010 e 2011, eu me darei um presente.

Há três anos, eu escrevi o post “Qual ballet de repertório é a sua cara?” Para mim, eu tenho o perfil de Giselle. No começo, nem eu gostei de tal comparação, queria ser um cisne, queria ser uma espanhola, não uma camponesa. Isso durou até eu assistir ao ballet pela primeira vez. Aos poucos, ele se tornou um dos meus preferidos. Hoje, é de Giselle que não me canso. Já assisti diversas vezes, das mais diferentes montagens. A variação do primeiro ato é a minha coreografia mais querida, e quem acompanha as publicações no Facebook sabe o número de vezes em que ela já apareceu por lá.

Sendo assim, este é o meu presente. Não apenas uma variação ou um grand pas de deux, mas o meu ballet de repertório preferido.

Não importa se o dançarei completo um dia, ou se dançarei apenas a variação do primeiro ato. O importante é saber que posso me dar esse presente por reconhecer a importância do ballet na minha vida.

Além disso, este post reflete uma mudança. E, sinceramente, ela também representa um presente para mim. Daqui em diante, nada mais de questionamentos, indagações, pesquisas, aprofundamento do assunto. Um blog não é o espaço adequado para isso por duas razões: as pesquisas aparecem em outros blogs sem qualquer menção da fonte, e por mais que a internet seja livre, citar onde encontramos as informações é uma questão ética; e algumas pessoas se sentem ofendidas pessoalmente, sem perceber que as questões aqui levantadas vão muito além delas próprias.

Sendo assim, vocês verão no blog apenas aquilo que gosto em relação ao ballet clássico, um reflexo daquilo que acredito, do ballet em que me encontro. Os meus estudos e pesquisas ficarão restritos à monografia da pós-graduação em dança e, se tudo der certo, uma dissertação de mestrado mais para frente. Darei uma função para o que venho fazendo aqui nos últimos três anos e meio.

Não fiquem tristes, essa é uma boa notícia. Eu quero dançar e é isso o que faremos. E nada melhor do que começar no dia do meu aniversário.

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ATUALIZAÇÃO: Pelos comentários, percebi que não fui clara. Vou explicar melhor.
O que vai continuar: os meus textos, os vídeos e as informações gerais sobre ballet clássico continuarão existindo no blog.
O que não existirá mais: informações aprofundadas resultantes das minhas pesquisas e questionamentos sobre o mundo do ballet clássico. Isso está reservado para as minhas pesquisas de fato, tanto da pós-graduação quanto do meu futuro mestrado. Essa é a única mudança.

Os 32 anos da bailarina

Em 2009, eu me dei de presente o Desafio de Kitri e a Variação de Dulcinea. No ano seguinte, foi a vez da Segunda Variação de Raymonda.

Este ano, o meu presente subverte uma série de coisas. Não sou fã de pas de deux. Em O lago dos cisnes, eu prefiro a Odette. Critiquei a obsessão pelos 32 fouettés. Então, por que eu escolhi o grand pas de deux do cisne negro?

Porque eu me permito mudar de ideia.

Brevemente, para vocês entenderem: a versão mais conhecida de O lago dos cisnes não é a original, ela foi modificada por Tchaikovsky ao longo do tempo. Em 1956, Vladimir Bourmeister resgatou a primeira versão e a coreografou. Daí veio este grand pas de deux.

Em maio, publiquei uma parte dele com a Evgenia Obraztsova. O meu amor começou a surgir ali… Quando assisti completo, com a Svetlana Zakharova e o Roberto Bolle, foi arrebatador.

Para mim, este é o grand pas de deux do cisne negro por excelência. Nele, vejo a Odile, a sedução, a derrocada do Siegfried, o triunfo de Rothbart.

Finalmente, eu encontrei um pas de deux para chamar de meu.

Grand pas de deux do cisne negro, de Bourmeister.

Hoje, no meu aniversário de 32 anos, não me dei um sonho, mas um objetivo. Bem-vinda, Odile. Podem contar com isto: ainda subirei ao palco para dançar o que vocês acabaram de assistir.

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Quem quiser saber mais sobre O lago dos cisnes e suas modificações ao longo do tempo, há um excelente texto no The Ballet Bag. Para ler, aqui.

Um presente para a bailarina

Hoje é o meu aniversário, estou fazendo 31 anos. Sendo assim, escolhi uma variação para me dar de presente.

Eu sei, a grande estrela de Raymonda é a quinta variação, mas sou perdidamente apaixonada pela segunda variação. Bela e delicada.

“Variação do lenço”, Raymonda, Teatro alla Scala, Olesya Novikova.

Está na minha lista “Dançarei um dia”.