Para abril não passar em vão

Outro dia, levei um susto ao ver que não publico nada no blog há mais de um mês. Tenho acompanhado mais ciência e saúde do que dança, minha cabeça estava voltada para o coronavírus. O tempo passou e eu não percebi.

Devido ao isolamento social, estou em casa há 43 dias. São Paulo é um dos epicentros da pandemia no país e sair apenas se for urgente. De maneira inexplicável, parece que o tempo está correndo mais rápido do que eu.

Gostaria de ter publicado um texto ontem, Dia Internacional da Dança, mas não consegui. Tudo bem, ele será publicado em breve, porque a questão vale para todos os dias do ano. Aliás, apesar dos pesares, algo bacana aconteceu entre mim e a dança, e é sobre isso que escreverei em breve.

Mesmo assim, não queria deixar abril passar em vão, sem uma única postagem. Resolvi publicar uma coreografia que já apareceu no blog, mas vale a repetição. A primeira variação de “Esmeraldas”, de Jewels, sempre acalma o meu coração.

Primeira variação de “Esmeraldas”, Jewels, George Balanchine, Beatriz Stix-Brunell, Royal Ballet.

Bolshoi no cinema

Hoje foi divulgado o trailer da nova temporada do Bolshoi Ballet nos cinemas: Raymonda, O corsário, O Quebra-Nozes, Giselle, O lago dos cisnes, Romeu e Julieta e Jewels. As transmissões desses ballets vão acontecer entre 2019 e 2020, mas há outros que estão nesse momento em cartaz. Para acompanhar a programação, acessem www.bolshoiballetincinema.com ou @bolshoiballetincinema.

Eu ainda não assisti a um ballet no cinema e imagino como deve ser uma grande experiência. E esse trailer é um primor por si só. Lindo lindo lindo!

Trailer “Bolshoi Ballet in cinema 2019-2020”.

Um outro olhar

Depois de Giselle e O lago dos cisnes, o meu coração é de Jewels, de George Balanchine. Perdi as contas de quantas vezes esse ballet apareceu por aqui, de mil jeitos. Eu não canso de assisti-lo, não importa a companhia.

Ano passado, Jewels completou 50 anos e houve algumas apresentações especiais que reuniram a Ópera de Paris, o New York City Ballet e o Bolshoi Ballet, cada qual representando uma “joia”. Eu separei as informações e as fotos para um longo post, que acabei não escrevendo, mas em breve eu o publicarei, prometo! Bem, mas o assunto é outro.

Dentre as três joias – “Esmeraldas”, “Rubis” e “Diamantes” – o meu amor é das “Esmeraldas”. Adoro todas as coreografias, mas a primeira variação feminina se tornou uma das minhas preferidas, a música e a coreografia passeiam pela minha memória só de comentar a respeito.

O que isso significa? Tanto amor deixou as outras duas joias um pouco de lado. Assim, não tenho dúvidas, algumas coreografias não me conquistaram justamente porque me contento com as minhas queridas.

Por isso, farei um exercício em 2018 e quem sabe ele também sirva para algumas de vocês: prestar atenção nas joias escondidas nos nossos ballets preferidos. Olhar sob um outro ponto de vista, assistir de uma outra maneira, tentar encontrar o que nem imaginamos existir. Descobrir algo novo naquilo que conhecemos tão bem.

Para começar, a coda dos “Diamantes” filmado de outros ângulos. É ou não é de uma beleza desmedida?

Feliz 2018 com muito ballet para nós!

Coda “Diamantes”, Jewels, Mariinsky Ballet.