Quando eu era menina, amava dançar pela casa, na rua, na sala de espera do consultório médico. Não queria me exibir, não me importava com os outros a minha volta. Eu só queria uma coisa: dançar.
Além disso, eu me achava a menina mais linda do mundo. Não me comparava com as outras, eram todas lindas também. Mas eu me achava especialmente bonita, porque eu era eu. Estava feliz em ser assim.
O tempo passa, crescemos, nos tornamos adultas. As cem amarras nos prendem aos mil medos. Dançar quando der vontade, nunca mais. Achar-se linda, nem em pensamento. A alegria e o amor por si mesma vão embora sem hora para voltar.
Pensei nisso ao olhar para trás para escolher um presente para mim. Hoje é o meu aniversário e quem acompanha o blog sabe: todo ano, me dou uma coreografia de presente. Assim foi em 2009, 2010, 2011 e 2012.
Neste ano, será diferente. Não escolhi uma variação, um grand pas de deux ou um repertório. Eu trouxe de volta aquela menina do passado. Dançarei do jeito que eu quiser, me sentindo a mais linda do condado. Esse é o meu presente.
Natalie Wood, em I Feel Pretty, de “West Side Story”, 1961.
O presente não é apenas para mim. Dancem e sintam-se lindas! É o mínimo que vocês merecem.
Agora, com licença, tenho muito o que dançar no dia de hoje.