William Tell pas de deux

Para voltarmos aos eixos depois do Carnaval, uma delicadeza.

William Tell pas de deux (1873) é um divertissement coreografado por August Bournonville. Eu o encontrei por um mero acaso; na newsletter de fevereiro eu compartilhei um vídeo com a parte final. Depois, encontrei a obra completa, também com o entrance e as variações feminina e masculina. Quer mais informações sobre a obra, aqui.

Vou publicar o vídeo mais curto, porque ele foi publicado no canal do English National Ballet e geralmente esses vídeos não são retirados do ar. Quem quiser assistir ao William Tell pas de deux completo, dançando pelos bailarinos Diana Cuni e Thomas Lund, do Royal Danish Ballet, clique aqui.

Connie Vowles and Giorgio Garrett: William Tell pas de deux | English National Ballet.

Onde elas estão?

Há quase cinco anos, escrevi um dos textos mais acessados do blog, “As bailarinas negras e o ballet clássico“. Além de fazer um breve panorama sobre o assunto, falei a respeito de quatro bailarinas do passado (Janet Collins, Raven Wilkinson, Lauren Anderson e Aesha Ash) e quatro bailarinas que estavam ganhando cada vez mais espaço no mundo do ballet clássico (Misty Copeland, Céline Gittens, Michaela DePrince e Precious Adams). Hoje, onde estão essas bailarinas?

Misty Copeland
De solista a primeira-bailarina do American Ballet Theatre

Depois de muitos questionamentos sobre a demora de sua nomeação, Misty Copeland finalmente chegou ao mais alto posto da companhia em 2015, pouco tempo depois da publicação do texto. Na época, lembro de alguns comentários pejorativos, como se ela não fosse merecedora da promoção. Na verdade, comentários racistas, porque ela tem apuro técnico, talento e um físico impecável. Além disso, sua influência vai além dos palcos, ela é uma ativista pela inclusão de meninas negras na dança. Há quem a chame de midiática, eu chamo de reconhecimento mesmo. Atualmente, será que alguma bailarina consegue ter o alcance popular que a Misty conseguiu? Acredito que não.

Perfil no site da companhia, aqui.
Site pessoal, aqui.
Instagram, aqui.

Trechos de Romeu e Julieta, Tchaikovsky pas de deux e Cisne branco, Misty Copeland, Vail Dance, 2015.

Céline Gittens
De solista a primeira-bailarina do Birmingham Royal Ballet

Confesso, eu acreditava que a Céline Gittens chegaria a primeira-bailarina antes da Misty Copeland, mas isso aconteceu um ano depois, em 2016. Delicada, técnica, eu gosto demais de vê-la dançar. Ela não tem tanta projeção quanto as outras três, mas quem se importa? Continua sendo uma grande bailarina.

Perfil no site da companhia, aqui.
Instagram, aqui.

Céline Gittens, “Variação do cisne branco”, O lago dos cisnes, Birmingham Royal Ballet, 2019.

Michaela DePrince
Da companhia jovem à solista do Dutch National Ballet

Na época do texto, a Michaela sequer fazia parte da companhia principal, em pouco tempo, ingressou no corpo de baile e subiu na hierarquia até chegar a solista. Fala-se muito sobre a “força de sua história”, mas nesta palestra ela conta o grau de violência e abandono pelos quais ela passou. “Vocês acham que é um conto de fadas?”, ela pergunta depois de contar a sua vida. Não, não é. Além disso, o grande destaque deveria ser a sua carreira. Não há dúvidas de que o posto máximo da companhia é questão de tempo.

Perfil no site da companhia, aqui.
Site pessoal, aqui.
Instagram, aqui.

Coreografia de Peter Leung/House of Makers, Michaela DePrince, Women in the World, 2015.

Precious Adams
De corpo de baile a first artist do English National Ballet

A Precious Adams estudou no Bolshoi Ballet Academy, foi uma das vencedoras do Prix de Lausanne, mas em cinco anos ela subiu apenas um posto na companhia (first artist está entre corpo de baile e demi-solista). Na minha opinião, ela é a mais técnica das quatro, eu sempre fico impressionada ao vê-la dançar. Será que está faltando presença em cena ou as coisas são mesmo mais lentas pelas mãos da Tamara Rojo, a diretora da companhia?

Perfil no site da companhia, aqui.
Instagram, aqui.

“Pas de deux”, Harlequinade, Precious Adams e Fernando Carratalá Coloma, English National Ballet, 2018.

Esse breve texto não é nada perto das discussões e informações necessárias a respeito do racismo na dança. Por isso, recomendo também outros quatro posts do blog:

Vamos ler, ouvir, discutir, compartilhar. O racismo é um problema nosso e deve ser combatido até o seu fim.

Um duo italiano

A Cyndi e eu temos uma brincadeira entre nós: uma lista de coreografias que dançaríamos juntas. Geralmente, quem escolhe as coreografias é ela, e eu sempre gosto de todas!

Hoje ela me mostrou esta aqui, as princesas italianas em O lago dos cisnes. É uma das adaptações de repertório que o English National Ballet faz para crianças. Que graça!

“Dança italiana”, O lago dos cisnes, English National Ballet, Maeve Nolan e Ritsuko Ogino.