O exame

Estava assistindo aos vídeos da seleção da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil, acabei encontrando um outro vídeo, que fechará o post, e lembrei que nunca contei aqui sobre o meu exame no curso regular de ballet. Como eu criei o blog quando estava no segundo ano, essa história não veio para cá. Resolvi contar.

Provavelmente, um dos motivos de eu ter trocado o curso regular pelo livre é o meu pavor do exame. Lembro da minha angústia. Nem no meu vestibular eu tremi assim e suei tão frio.

Eu estava no fim do primeiro ano do curso regular e, para passar de ano, todas fizemos o exame. Banca examinadora, três profissionais nos analisando. Nós bailarinas apenas de collant, meia-calça rosa, coque impecável, sapatilhas com fitas de cetim, número colado do lado esquerdo do corpo. Nem lembro o meu número. Só lembro de ter errado o grand battement, de ter ficado dura, de não ter aberto um único sorriso, de respirar fundo, de querer que tudo terminasse logo.

A minha nota foi 8,2. Segundo a minha professora, os examinadores foram condescendentes. Ou seja, em vez de comemorar a minha nota, eu me senti pequenina.

Foi então que encontrei este vídeo. O exame de dança contemporânea do sétimo ano do Bolshoi Ballet Academy. Não é lindo? Até esqueci do que se tratava.

Às vezes, penso em voltar ao curso regular, mas quando lembro do exame, desisto. Por um lado eu queria, sinceramente, ter o prazer de me formar. Só pela satisfação pessoal de saber que consegui. Aí, a angústia do exame volta. Será que um dia passa?