Ya ni cerramos los ojos

A poesia e a dança reunidos em um vídeo para acalentar os corações entristecidos. Bonito e delicado.

O texto está em espanhol, mas é possível compreendê-lo sem legenda. Além da coreografia, de Freya Bustamante, também publiquei apenas o poema. Em ambos os casos, a narração é de Patricia Benito, a própria autora do poema, e a música é de Iñaki Quijano.

*

“Ya ni cerramos los ojos”, poema de Patricia Benito, parte do livro Primero de poeta.

Coreografia, concepção e direção de Freya Bustamante.

As bailarinas e os bailarinos são Bianca Belarmino, Bianca Buggiani, Franco Lupidi, Freya Bustamante, Lara Gallardo, Lucía Martinez, Micaela Cifuentes, Morena Gardey, Tania Rodriguez, Valentin Corso.


Patricia Benito | Ya Ni Cerramos Los Ojos | Concepto de Freya Bustamante, 21 out. 2021

*

Patricia Benito – Ya ni cerramos los ojos, 1 dez. 2019.

Zoey’s Extraordinary Playlist

Zoey é uma jovem programadora tentando lidar com a doença degenerativa do pai. Para descobrir se também está com a doença, ela faz uma ressonância magnética e acontece o inesperado: depois de uma espécie de curto-circuito durante o exame, ela começa a ver as pessoas cantarem o que estão sentindo. Assim, sua vida se transforma em um musical involuntário.

Trailer de Zoey’s Extraordinary Playlist (Zoey e a sua fantástica playlist), Globoplay

Parece banal, mas a série Zoey’s Extraordinary Playlist é incrível. Ela tenta ajudar as pessoas, sem necessariamente contar o que sabe, e acompanhamos as questões de sua vizinha, seu melhor amigo, seu crush, seus colegas de trabalho, sua chefe (a eterna Lorelai Gilmore!), sua mãe, seu irmão, seu pai, o cuidador do pai… Nada ali é banal, todos estão lidando com problemas que nós mesmos passamos em algum momento da vida. Existe ali um equilíbrio entre o drama e a delicadeza. Choramos, sem qualquer exagero por parte da série para que isso aconteça. Além disso, o final da temporada é sensível e emocionante.

“I’ve Got The Music In Me”, Zoey’s Extraordinary Playlist, episódio 2, primeira temporada. Foto: Sergei Bachlakov/NBC.

Bem, mas por que falar dessa série em um blog sobre dança? Porque, além de cantar, as pessoas dançam. A responsável pelas coreografias é a Mandy Moore, bastante conhecida por quem acompanha o programa So You Think You Can Dance. Colecionadora de prêmios Emmy, ela ganhou mais um por seu trabalho nesta série pelas coreografias de “All I Do Is Win“, “I’ve Got The Music In Me” e “Crazy” (clique nos títulos para assistir).

“All I Do Is Win”, Zoey’s Extraordinary Playlist, episódio 1, primeira temporada

O que mais gosto nas coreografias é que elas compõem a cena e fazem parte dos sentimentos de quem está cantando. Além disso, Mandy Moore coreografa perfeitamente para cada protagonista da cena, assim, em momento algum pensamos: “Essa pessoa aí não sabe dançar!”. Claro, é evidente que os figurantes são profissionais de dança, mas só notamos porque conhecemos minimamente o assunto para perceber esse detalhe. De maneira geral, isso sequer entrará em questão.

Por fim, a série é um afago no peito, nos mostra como a música e a dança podem caminhar de mãos dadas com os nossos sentimentos e expressar o que não conseguimos dizer de outra maneira.

*

Para assistir: no Brasil, a série pode ser vista no Globoplay, legendado em português, aqui.
Para assistir: Mandy Moore respondendo perguntas sobre as coreografias, em inglês, aqui.
Para ouvir: as músicas de todos os episódios estão aqui ou aqui.

O pequeno bailarino nigeriano

Em meados de julho, viralizou na internet um vídeo de um menino dançando ballet a céu aberto, na chuva, em um chão de cimento batido. Anthony Mmmesoma Madu tem 11 anos e estuda na Leap of Dance Academy, em Lagos, na Nigéria. Fundada em 2017 pelo professor autodidata Daniel Owoseni Ajala, a escola tem 12 alunos e oferece aulas gratuitas de dança em um espaço improvisado. Se você é uma das poucas pessoas que ainda não assistiu ao vídeo, clique aqui.

Não é difícil se encantar por ele, além de dançar muito bem, o seu talento é nítido. Nasceu para ser artista.

“Meet 11 Year Old Ballet Dancer, Mmesoma”, Orange Culture Nigeria, 8 ago. 2020

Quem também ficou impressionada foi a bailarina Cynthia Harvey, diretora artística da American Ballet Theatre Jacqueline Kennedy Onassis School. Ela concedeu uma bolsa de estudos em dança para Anthony e outra no treinamento de professores para Daniel. Por causa da pandemia, ambos estão estudando online, mas ano que vem Anthony vai estudar nos Estados Unidos.

O seu sucesso ultrapassou as redes sociais e foi notícia na Reuters, NBC News, Good Morning America, AFP News Agency, BBC News, The New York Times, Le Monde, The Guardian, The Washington Post e Time, para citar alguns.

Quem quiser saber mais sobre a escola de dança e seu fundador, as melhores matérias são as do The Guardian e do The New York Times. Aviso de antemão: dificilmente a nossa visão sobre o ballet clássico continuará a mesma depois dessa história.

E nesta outra matéria da BBC News, legendada em português, conhecemos um pouco da história de Anthony, além de seu medo e sua ansiedade em ficar longe da família para estudar em outro país. Quando ele chora ao se imaginar indo embora, choramos junto: tão menino lidando com tantas coisas ao mesmo tempo. Que seja apenas o começo, Anthony! Os palcos do mundo esperam por você.

“Menino que dançava balé descalço na rua ganha bolsa nos EUA após vídeo viral”, BBC News Brasil, 29 ago. 2020

*