Blogs, sites, podcasts e perfis sobre dança

Eu sou uma apaixonada por informação. Sou comunicadora social, me formei em publicidade e até hoje não entendo por que não estudei jornalismo. Mesmo assim, sou uma profissional do texto e a qualidade da informação faz uma diferença imensa na minha vida e no meu trabalho.

Talvez vocês também sejam assim, gostem de saber mais sobre dança. Por isso, selecionei algumas fontes de informação sobre o assunto. Há outras tantas igualmente boas, mas escolhi estas porque gosto demais de todos esses trabalhos. Citei nominalmente as pessoas envolvidas em sua produção; produzir conteúdo dá muito trabalho e é importante sabermos quem faz tudo isso acontecer.

Quem quiser compartilhar outros blogs, sites, podcasts e perfis de dança, eu adorarei saber.

BLOGS

Isabella Gasparini
Durante a quarentena, a bailarina brasileira Isabella Gasparini resolveu criar um blog. Além de solista do Royal Ballet, ela estuda literatura inglesa e escrita na Open University. Os seus textos nos mostram como é ser bailarina profissional numa perfeita combinação entre a realidade da profissão e o encantamento de dançar em uma das maiores companhias do mundo. Se não bastasse isso, ela escreve muitíssimo bem!
Os textos são em inglês e em português.
Para acessar: pt.isabellagasparini.com

Vídeos de Ballet Clássico
Há mais de dez anos, a pesquisadora de dança Juliana Mel é conhecida por manter o Vídeos de Ballet Clássico, um blog de obras completas de ballet clássico. Para mim, um ponto importante do seu trabalho acaba ficando de lado: grande conhecedora de repertórios, os textos que acompanham as postagens valem a leitura por si só. O perfil no Instagram é um complemento, sempre com informações valiosas.
Os textos são em português.
Para acessar: videosdeballetclassico.blogspot.com

da Quarta Parede
O crítico de dança Henrique Rochelle mantém o da Quarta Parede, um blog onde publica a maior parte dos seus textos. Como ele é um pesquisador de dança e assiste a muitos espetáculos por ano, acompanhar as suas postagens é uma maneira de conhecer e entender sobre o assunto. Mesmo quem não assistiu ao espetáculos, vale a leitura, os seus textos são claros e nos dão uma bela ideia sobre cada obra.
Os textos são em português.
Para acessar: daquartaparede.com

SITE

Portal MUD
Criado por Natália Gresenberg e Talita Bretas, o Portal MUD é um espaço de memória, informação, divulgação e ensino de dança no Brasil. Se não me engano, é o site mais completo sobre dança do país. Um excelente trabalho que vale a pena ser consultado.
Os textos são em português.
Para acessar: portalmud.com.br/portal

Agenda de Dança
Criado pelo bailarino Tarcísio Cunha, o Agenda de Dança é um site de divulgação de eventos e espetáculos de dança no Brasil, além de outras informações sobre o assunto. Completo e atualizado, é para acompanhar sempre.
Os textos são em português.
Para acessar: agendadedanca.com.br

PODCAST

Contos do Balé
O podcast Contos do Balé é inspirado no livro homônimo de Inês Bogéa, diretora artística da São Paulo Companhia de Dança. Cada episódio é narrado por ela e por um convidado, e conta a história de um repertório. Voltado para crianças, nada impede que adultos também ouçam e se emocionem, é uma delicadeza para todo mundo.
Os episódios são em português.
Para acessar: open.spotify.com/show/72Q1juiisffMpAb1O3jGZf

Podançá
Produção do Festival de Dança de Joinville, o podcast Podançá traz entrevistas e conversas sobre dança com convidados e convidadas que fizeram parte da história do festival. Os assuntos são sempre pertinentes sobre a dança produzida no país e no exterior.
Os episódios são em português.
Para acessar: open.spotify.com/show/7ET2dI0ZAoVfcJfLhKcxMZ

Conversations on Dance
Produzido e apresentado pelos bailarinos Rebecca King Ferraro e Michael Sean Breeden, o podcast Conversations on Dance traz profissionais de dança, especialmente bailarinos e bailarinas. É mesmo uma conversa entre profissionais da área e entendemos melhor como funciona a dança profissional. Alguns brasileiros já participaram, como a bailarina Carla Körbes e o bailarino Jovani Furlan.
Os episódios são em inglês.
Para acessar: open.spotify.com/show/0audO74OlLuZyY7Nvf5D0F

PERFIS

Marius Petipa Society
A organização The Marius Petipa Society é uma espécie de mantenedora da obra de Marius Petipa. Com uma abordagem acadêmica, o site é a principal fonte de informações sobre suas obras e seu legado, e o perfil no Instagram sempre traz textos curtos, imagens e vídeos de remontagens pelo mundo afora. Indispensável para quem ama repertórios.
As publicações são em inglês.
Para acessar: @mariuspetipasociety

Al.longe
Alícia Cohim é a curadora deste perfil repleto de vídeos raros de dança. Às vezes encontro alguma obra, algum bailarino, alguma bailarina que eu não conhecia; e se conheço, revejo porque sempre vale a pena.
As publicações são em português.
Para acessar: @al.longe

Um cisne, uma mulher ou uma mistura dos dois?

Ao assistir à Odette dançando a sua variação, o que vocês veem: um cisne, uma mulher ou uma mistura dos dois?

Eu nunca tinha parado para pensar nessa questão até ler uma breve explicação no perfil da Marius Petipa Society. De maneira geral, as bailarinas dançam essa variação como se fossem uma “mulher-cisne”. Os movimentos dos braços que reproduzem os movimentos das asas de um cisne são icônicos; quem não os reconhece?

“Variação de Odette”, O lago dos cisnes, The Royal Ballet, Natalia Makarova.

Pois sabiam que a ideia original não era essa? Eu traduzi a explicação da Marius Petipa Society.

“Talvez em cada produção moderna de O lago dos cisnes, Odette é fortemente retratada como metade mulher, metade pássaro. De qualquer forma, isso é muito diferente de como Petipa e Ivanov a retrataram. Como mostrado neste vídeo, os passos tradicionais de ‘cisne’ estão ausentes na coreografia de Ivanov. Isso porque Odette é uma jovem mulher transformada em cisne por um feitiço mágico, em vez de uma criatura metade mulher, metade pássaro, ou um verdadeiro cisne. Nesse ponto do ballet, ela está em sua forma humana, então, não há lógica por que ela dança como um pássaro em vez de um ser humano.

“Durante a União Soviética, Odette foi transformada de um papel [personagem] a um símbolo do classicismo, por isso ela é tradicionalmente tão associada aos passos do pássaro. Foi Agrippina Vaganova quem adicionou os famosos braços de cisne usados hoje. Embora Petipa e Ivanov tenham usado braços de cisne, eles não eram tão exagerados quanto os de Vaganova.”

(Fonte: Marius Petipa Society)

O vídeo citado no texto é este.

“Variação de Odette”, O lago dos cisnes, Teatro Alla Scala, reconstrução de Alexei Ratmansky,  Nicoletta Manni. (Fonte: Amy Growcott)

Vocês perceberam como é diferente? É outra coisa! Os braços continuam fluidos e belos, mas sem as ondulações tão características. Confesso, gosto mais da Odette mulher, o problema é desapegar da Odette que conheço há tantos anos.

Presente de aniversário: “As origens do ballet”

Onze anos atrás, eu publiquei o primeiro post do blog. Desde então, foram 961 posts, quase dois milhões e meio de visitas, um livro e uma newsletter mensal. Será que ainda tenho o que dizer depois de tanto tempo?

Eu mantenho uma lista de assuntos para escrever; se eu fizer um post por semana, pelo menos um ano de blog está garantido. Mas nem sempre o tempo e as circunstâncias ajudam, mas o “Dos passos da bailarina” ainda tem um longo caminho pela frente. É o que eu quero, e espero.

Escrevi em todos os aniversários: 2010, 2011, 2012, 2013, 2014, 2015, 2016, 2017, 2018, 2019. Os posts na sequência podem ser vistos aqui. O que mais posso dizer sem me repetir?

O “Dos passos da bailarina” surgiu para falar sobre ballet clássico. Sendo assim, nada melhor para comemorar esses onze anos descobrindo de vez como o ballet clássico começou.

Provavelmente, você já ouviu, leu ou assistiu sobre as origens do ballet clássico. Ou então, sabe apenas que ele começou há muitos e muitos anos, aí tinha um rei, uma turma dançava na corte, depois alguém criou as cinco posições, tem alguma coisa aí da Itália, claro que a França entrou na história porque os passos foram nomeados em francês… Mas, afinal, como tudo começou?

Em quase cinco minutos de animação, “As origens do ballet”, de Jennifer Tortorello e Adrienne Westwood, nos conta essa história. Além de ser uma graça, é claro, objetivo e didático.

Quem não sabe inglês, não precisa se preocupar, há legendas em português. Se elas não aparecerem automaticamente, clique no primeiro ícone da direita. Não apareceu em português? Calma, clique no segundo ícone e selecione o idioma em “legendas”. Pronto!

Muito obrigada por esses anos todos, de coração.

The Origins of Ballet, Jennifer Tortorello e Adrienne Westwood, TED-Ed.