Nesses treze anos escrevendo sobre dança, de uma maneira ou de outra, já falei diversas vezes a respeito do cansaço, da falta de vontade, de não querer saber de dança.
Eu tenho períodos de não assistir nem ler nada. Passo muito tempo sem acessar o perfil do blog no Instagram, para ter um descanso.
Aí, a vontade volta. Assisto, leio, quero sair dançando loucamente por aí. Com vocês também é assim ou o amor nunca aferrece?
Às vezes, as coisas voltam aos eixos sem qualquer esforço da minha parte; noutras, eu tenho de ir atrás da dança para fazermos as pazes. Como dessa vez.
Selecionei dois vídeos que conseguem me despertar. Basta eu assisti-los e o amor volta, o sorriso retorna e eu me sinto confortável com a dança novamente.
Primeiro, um ensaio de flamenco. Depois, uma gravação de jazz. Alguém consegue perceber a semelhança entre os dois? As pessoas estão felizes dançando, a alegria salta aos olhos. Talvez seja isso o que eu tenho buscado na dança.
Día Internacional del Flamenco 2019. Ballet Nacional de España. Ensayos de Electra.
All These Things That I’ve Done
(Coreografia: Nicholas Palmquist. Estúdio: Steps on Broadway)
Na verdade, já há um tempo, cheguei a uma conclusão: a dança, por vezes, é um vício, uma mania. E como todo/a vício/mania, é um mal. Só é bom quando é na medida, sabendo apreciar com moderação.
Sim, comigo acontece igual (ou parecido): tenho uma relação de amor e ódio com a dança. Mas o amor sempre volta e parece dominar a relação.