Finalmente, depois de muito tempo, um dos assuntos mais importantes do mundo da dança será tratado no blog: as bailarinas negras e o ballet clássico.
Hoje apenas explicarei brevemente como nós falaremos sobre o assunto. Sim, nós, porque não escreverei sozinha. Até o fim do mês serão publicados dois posts de autorias diferentes.
No primeiro, eu farei um breve histórico sobre a presença das bailarinas negras nas grandes companhias de dança, citarei casos de racismo − para ninguém dizer que é delírio nosso e que, imagina!, isso não acontece −, e mostrarei companhias e bailarinas que estão conquistando o seu espaço.
No segundo, duas queridas bailarinas, a Cyndi (O meu repertório) e a Jadlla (Collant e tutu), contarão as suas histórias. Não há ninguém melhor do que elas para nos contar como o racismo se manifesta no dia a dia do ballet.
O racismo existe e ele é estrutural na nossa sociedade. Se vocês achavam que o ballet clássico está distante da política − porque se posicionar sobre esse assunto é um ato político − preparem-se para o debate. Não basta desejarmos uma sociedade igualitária, é preciso agir para que isso aconteça.
Para terminar, Misty Copeland, solista do American Ballet Theatre e grande ícone das bailarinas negras nos dias de hoje. Ela está abrindo caminhos para as próximas gerações.
“Meu corpo é bem diferente da maioria das bailarinas com quem eu dancei.
Meu cabelo é diferente da maioria com quem eu dancei.
Mas eu não deixei isso me parar.
Garotas negras são o máximo e PODEM ser bailarinas.”
Misty Copeland
Sabe que esse tópico me lembra a história da Raven Wilkinson, que dançou no Ballets Russes (agora não lembro se foi no Monte Carlo ou no Original). No Documentário, fala sobre esse caso de racismo e que ela teve que sair da companhia, e dificilmente conseguiria emprego em outra companhia dos EUA. Ela acabou fazendo parte do Dutch National Ballet. Não sei se vai citar, mas é um caso interessante…
Mto legal levantar a discussao. O baleh classico eh mto regrado e cruel. Tem racismo tem anorexia tem td mas o q nao faltam sao esteriotipos e colos de peh perfeitos. Mesmo branco nem todo corpo “enquadra”… Soh p ir sugerindo caldo p o tema….tb eh comum dizer q loira nao sabe sambar neh nao????
Daia, dizer que loira não sabe sambar é muito diferente de bailarinas negras não conseguirem trabalhar nas grandes companhias por serem quem são. No primeiro caso, no máximo do máximo é preconceito; no segundo, racismo. Grande beijo.
Ta aí, gostei muito do tema! Esperando os textos 😀
Eu acho o máximo a Misty Copeland ser primeira bailarina do ABT, mas é claro que não pode parar por aí. Nas outras companhias os bailarinos (e aqui falo de maneira geral, sem especificar um gênero) continuam impecavelmente brancos. Se fosse uma coisa corriqueira talvez eu não acharia o máximo – acharia normal, que é o certo, afinal a cor da pele não define a qualidade da dança.
Não me lembro se foi a Cyndi ou você que uma vez postou um vídeo de uma variação de uma das amas de “A Filha do Faraó”, se perguntando como é que a ama podia ser negra, mas a Aspicia tinha que ser branca se eles são todos egípcios – logo, todos africanos. Me lembro que a Cyndi comentou assim: “Gente, pintaram a russa de marrom?”. A que ponto chegamos…
O mundo do ballet é podre por dentro. Assim como muitas de nós não gostam de admitir a existência e a frequência dos distúrbios alimentares, muita gente não vai querer admitir a existência do racismo. Vão arranjar mil desculpas pra não dizer que é racismo. Mas a verdade precisa ser enfrentada. Parabéns pela iniciativa!
Mal posso esperar pelos posts! 😉
Que ótimo que você vai discutir o assunto por aqui. Infelizmente muitos ainda acham que isso não existe. Me lembro de ter reclamado de um post racista num blog famoso de ballet aqui no Brasil e ser xingada! Pior é que o post foi deletado: ou seja, enfiam a sujeira pra debaixo do tapete. Temos que nos posicionar e discutir sim!!!
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we rock and we can!!
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