O primeiro repertório que assisti completo foi Dom Quixote com a Ópera de Paris. O Basílio era feito pelo Manuel Legris. A primeira vez que assisti a La bayadère também foi com a Ópera de Paris e a Nikyia era a Isabelle Guérin. Não à toa, esses foram meus repertórios preferidos durante um bom tempo. Depois vieram Giselle, O lago dos cisnes, Raymonda, mas a minha admiração por esses dois bailarinos continuou. Ambos estão na minha base de formação no ballet e, sem dúvida, contribuíram para o meu amor público e confesso pela Ópera de Paris.
Hoje, Isabelle Guérin tem 53 anos e Manuel Legris, 50. Ambos continuaram na dança depois de se aposentarem na companhia. Eu a sigo no Instagram e me surpreendi ao ver esta foto.
Isabelle Guérin e Manuel Legris, ensaio de The Farewell Waltz.
Foto: Chen Wen. Fonte: instagram.com/isaguerin.
Ela foi tirada há um mês e ambos estavam ensaiando, em Xangai, a obra The Farewell Waltz, de Patrick de Bana. Há outras três que podem ser vista no seu perfil, aqui.
Compreendo todo o virtuosismo, vitalidade e potência física exigidos na dança. Mas nunca uma criança ou uma adolescente me levaram às lágrimas ao vê-las dançar. Em compensação, quanto mais os bailarinos envelhecem, menos eu percebo o corpo e mais eu enxergo o artista. Porque até a alma precisa de tempo para se manifestar.
ATUALIZAÇÃO:
Um dia depois deste post, vi no Twitter do The Guardian sobre bailarinos com mais de 70 anos que voltaram a dançar. Era para divulgar o Elixir Festival, que entre os dias 12 e 15 de setembro, em Londres, terá apresentações desses bailarinos mais velhos. Senti uma imensa alegria ao saber disso! Quem sabe espetáculos assim se tornem regra no mundo da dança.
Para ler a matéria, em inglês, aqui.
Para saber mais sobre o Elixir Festival, aqui.
Fotos desses bailarinos (lindos!) ensaiando no palco, aqui.
Toda a experiencia de vida, o amor pelo que faz fica refletido no nosso trabalho com o passar do tempo! foto lindissima, texto perfeito, é um blog que me inspira como ser humano! parabens!
O ballet rejuvenece!
O ballet tem essa capacidade de nos fazer crianças novamente, de nos fazer voar…como envelhecer fazendo algo tão bom?