Contemporâneo nas pontas

Às vezes, eu canso do ballet clássico. Não quero ler a respeito, assistir a vídeos, ouvir músicas de repertório, tampouco fazer aulas. Confesso, sequer sinto falta. Depois passa e volto a me dedicar.

Quando contei isso no blog, há bastante tempo, ouvi várias críticas. Disseram até para eu abandonar de vez o ballet. A grande questão é que nunca nos largamos, só damos um tempo, pelo bem da nossa relação.

Durante essas pausas, eu não esqueço a dança, apenas pesquiso outras possibilidades com mais afinco. Estou na fase da dança contemporânea. Nessas horas, eu encontro cada coisa incrível e meu coração se desmancha. Por algum motivo inexplicável, dança contemporânea nas pontas faz meus olhos brilharem!

Variação de dança contemporânea (“Nocturnes”, de John Neumeier), Lili Felmery, Prix de Lausanne, 2008.

Podem brigar comigo, mas eu me encontro muito mais quando vejo coreografias assim. Desculpa, Petipa. Sinto muito, tutu bandeja. É mais forte do que eu.

14 comentários sobre “Contemporâneo nas pontas

  1. O meu nome é Ana Rita, tenho 13 anos, já faço ballet há 6 e já era para ter começado pontas o ano passado, até comprei as sapatilhas. Mas a minha professora foi sempre deixando passar, dizia que n havia tempo por causa do espetáculo de final de ano, apesar de ter sido ela a pedir as sapatilhas de pontas. Agora fui para outra escola onde eles têm TDC e iniciação de pontas à parte, mas eu aleijei-me e se calhar só posso voltar para o ballet em Novembro. Como eu irei começar as aulas 2 meses depois das outras não sei se eles me vão aceitar, mas eu queria ir para o conservatório daqui a dois anos e se tivesse dois anos com pontas era o ideal. se eles n me aceitarem acha perigoso eu praticar pontas em casa, mesmo fazendo apenas a barra que fazia na meia-ponta e sem forçar muito? Ou acha que é preferivel esperar e praticar com sapatilhas de pre-ponta? De-me dicas e ajude-me, por favor.

    1. Ana Rita, a essa altura, você já deve ter voltado as aulas. A meu ver, dois meses é pouco tempo, você poderia recuperar esse período perdido tranquilamente, ainda mais por ter tantos anos de estudo de ballet. No fim das contas, o que aconteceu? Eu acho mais seguro esperar, mas se você for responsável e praticar em casa em dias alternados, por períodos curtos e sem forçar muito para não ultrapassar o limite da segurança, pode sim. Grande beijo!

  2. Cássia, você não sabe o quanto me deixou feliz com este post! Quando comecei a dançar eu tinha a visão direcionada apenas para o ballet clássico, matava e morria pelos repertórios e tutus bandeija… Foi então, que com a prática das aulas e ensaios fui me descobrindo como bailarina e posso lhe dizer, não sou extremamente delicada como as bailarinas clássicas, tenho expressões fortes, como dizem meus colegas “eita menina afetada quando dança! Alguém segura ela!” rsrsrsr Então meu professor apresentou-me o ballet contemporâneo, disse que parecia mt cmg e ele estava certo! Foi uma ponte para a dança contemporânea e a quebra da minha visão limitada! Posso dizer que me encontrei com o rompimento do tradicional. Continuo amando o ballet clássico mas como disse lá no meu tumblr “I found myself in Neoclassical Ballet and I lost myself in Contemporary Dance. And so I go, I meet and I lose myself in a dance without end. ”
    Beijos e obg por este blog, acompanho desde 2010…

    1. Daniele, acho incrível quem é expressiva na dança e adorei o seu professor perceber exatamente o que combina com você. Aposto que você dança lindamente! Eu gosto das coreografias mais delicadas, combinam mais comigo, mas não consigo ser tão precisa nos movimentos do ballet clássico, nas coreografias de repertório, então essa mistura de clássico e contemporâneo tem mais a ver comigo. Lindo esse trecho do seu tumblr! =] Nossa, você lê o blog há anos! Eu que te agradeço, muito obrigada por estar por aqui há tanto tempo.

      Imenso beijo.

  3. Lindo este solo mesmo, inspirador!!! O bonito é ver que a dança tem mesmo muitas formas (como eu queria poder dançar todas elas -essa impossibilidade me aflige), todos os estilos tem seu encanto, quando bem feitos!!!

    1. Paula, quando vemos vários estilos sendo dançados tão lindamente, dá mesmo vontade de dançar todos! Concordo com você, todos os estilos são encantadores quando bem-feitos! Dança “bem dançada” sempre me encanta.

      Grande beijo.

  4. Lindo, lindo, lindo! Tenho muita vontade de fazer aula de contemporâneo, mas minha academia é muito pequena e ainda não tive essa possibilidade.
    E qual o mal em querer um tempo do ballet clássico! Nós o amamos loucamente, é claro, mas ué! Exige demais da gente, cansa muito, às vezes é chato… Eu faço aula de ballet clássico e jazz, e às vezes sinto que o meu lado mais clássico também anda meio de saco cheio… hahahahahaha! Isso não quer dizer, de maneira nenhuma, que eu ame o ballet menos… É o que eu disse, cansa, exige, é chato, tem muita gente que deixa a inveja e a vaidade passarem por cima do amor… É uma vida complicada.

    1. Sarah, se você ficou encantada com a coreografia e gostaria de dançar dessa maneira, não é necessário fazer aulas de contemporâneo, sabia? A base dessa coreografia é o ballet clássico. Nas aulas de contemporâneo, o trabalho vai por outro caminho. Claro, nada impede que você faça as duas, mas você está muito perto de dançar desse mesmo jeito. 😉 Ah, que bom que você me entende, há momentos em que realmente ficamos de saco cheio, hehehehe, mas nem por isso o amor é menor.

      Grande beijo.

  5. Eu amo a técnica clássica, mas o formato das coreografias dos repertórios sempre me pareceu muito quadradas e insípidas.. por mais que a bailarina passe emoção, os passos às vezes se tornam repetitivos e não expressam a fluidez da alma. Talvez sintamos isso porque o Ballet Clássico esteja estagnado em um formato há séculos: sempre as mesmas coreografias, sempre os mesmos personagens. Aí a saída é isso: pegar essa técnica maravilhosa e fazer uma coreografia livre, que valorize mais o conjunto da obra do que a perfeição de cada passo.

    é por isso que devemos entrar no ballet, mas também colocar nossa própria marca nele, pra que ele se torne uma expressão de nossa essência e não somente um esforço interminável para se tornar igual a milhares de outras bailarinas

    1. Sarah, você atingiu o ponto da questão, é exatamente isso! Concordo com cada palavra que você disse, eu não poderia ter explicado melhor… =]

      Imenso beijo.

  6. Cassia, se voce gosta de ballet contemporaneo, vale muito a pena ver o trabalho do grupo “Body Remix”:

    P.S: tem 4 partes o video, mas como disse vale muitissimo a pena.

    1. Aline, eu gosto sim, mas prefiro um outro tipo de trabalho. Assisti, por alto, a três partes (não encontrei a quarta) e achei um tanto agressivo. Não é o tipo de dança que me agrada, mas tenho de reconhecer a qualidade do trabalho. E muito obrigada pelo envio do link, pois de outra forma eu não conheceria o grupo.

      Imenso beijo.

  7. A delicadeza de Chopin nas pontas desta bailarina transformaram o meu olhar e audição em pincel e tinta.
    Estou pintando, ela mereceu o prêmio máximo dentro de sua categoria: dança contemporânea nas pontas.

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