Os métodos

Quando comentei no post passado que meu coração é do método francês e que o método russo não é para mim, duas leitoras sugeriram que eu falasse sobre os métodos. Mas a grande questão é: não conheço suficientemente nenhum deles para falar com propriedade. Não só, mas explicá-los requer um grande conhecimento técnico e teórico. Levando-se em consideração que há sete métodos diferentes, quem sabe daqui mil anos eu possa pensar a respeito.

Por isso, resolvi apenas listar quais são eles. Não só, basta clicar nos nomes para assistir a um pequeno trecho de cada método. A lista está em ordem cronológica, mais ou menos de acordo com o período em que surgiram.

Um olhar atento consegue perceber as diferenças, mesmo que não saiba dizer claramente quais são elas. A base do ballet clássico é a mesma em todos os métodos, o que muda são as formas de os passos serem ensinados e a ênfase dada a determinados aspectos. Por isso notamos que não é igual, mesmo sendo ballet em todos os casos.

Fiz aulas dos métodos inglês e russo. Eu gostava do primeiro e sentia dificuldade no segundo. Hoje, a minha base de estudo é somente o método Vaganova, porque o livro dela é meu companheiro inseparável. Leio, releio e recorro a ele nos momentos de dúvida. Além disso, sigo as suas indicações. Por isso, reconheço que ele não é o ideal para o meu tipo físico, pois foi desenvolvido para uma combinação de corpo longilíneo, magreza, hiperflexibilidade e força física. Não é à toa que vemos os bailarinos russos como símbolos de perfeição.

Isso significa que as pessoas de outros tipos físicos não podem estudar pelo método russo? Claro que podem. A questão é o caminho percorrido para aprender e o nível técnico a ser atingido. Por isso, quando você achar que talvez tenha dois pés esquerdos e não nasceu para o ballet, talvez seja apenas uma questão de método.

Sobre o meu interesse pelo estudo do método francês, ele surgiu por vários motivos. Foi o primeiro a ser desenvolvido; seu foco não é o virtuosismo, mas a leveza e precisão dos movimentos; não existia na época um padrão corporal exigido, mas a pluralidade de tipos físicos. Ou vocês acham que, no começo do ballet clássico, todos eram praticamente atletas? Antes que vocês briguem comigo, ou soltem impropérios nos comentários, pesquisem sobre o assunto que vocês encontrarão informações a respeito, lá do comecinho do ballet clássico.

Na verdade, gosto tanto de técnica clássica, que adoraria fazer uma boa aula de cada método. Não há leitura, vídeo ou explicação que substitua os movimentos em nosso próprio corpo. Só assim é possível aprender cada um deles de verdade.

E quem conseguiu perceber a grande mudança ao longo dos anos? Da leveza do movimento ao vigor físico. Vocês conseguem imaginar as primeiras bailarinas da França fazendo aula no Ballet Nacional de Cuba? Eu, não.

17 comentários sobre “Os métodos

  1. Ola
    , gostaria que vc me endicasse livros em português ou ingles dos métodos de balé, explicando os movimento e os nomes dos movimentos, se possivel ilustrado…

    1. Margoth, há dois livros ótimos que considero essenciais: “Princípios básicos do ballet clássico”, de Agrippina Vaganova, e “Curso de balé”, do Royal Academy of Dancing. Grande beijo!

    2. O Ballet Opera de pariz continua com o método Francês! então não é uma questão de um ser melhor que o outro e sim diferentes. Lembrando que nenhum metodo criou seu proprio dicionário todos continuaram com o dicionário francês.

  2. OIE, estudo o metudo cubano, porem vou iniciar o metodo russo, mais não vou largar o cubano, vou estudar os dois, porem no final do ano de 2014 vou embora do brasil, vou para os EUA, sera que terei dificuldade de encontrar uma escola de ballet russo ou cubano por la? na minha opinião o ballet de cubano ou russo é o metodo mais adequado para brasileiros, por causa do perfil, do nosso fisico, eu acho o ballet royal por exemplo maus adequado para a galerinha da Europa.
    BEIJINHOSSSS, OBRIGADA PELO ESPAÇO

  3. Cássia, você não é muito fã de fouettes, mas os italianos são lindos demais!

    fiquei apaixonada depois que minha professora passou em sala de aula!

    1. Isabela, eu gosto de fouettés sim, eu só não gosto de mil deles na sequência, hehehe. Fouetté italiano é mesmo lindo! Dependendo da coreografia, fica até mais bonito! Muito obrigada por compartilhar o vídeo. =)

      Grande beijo.

  4. sobre a questão de métodos é complicado, porque, por exemplo, aqui no Brasil a grande maioria das escolas de ballet são do método francês ou da Royal,- posso dizer isso daqui de sp- porem as grandes cias como a municipal do Rio, ou de SP, ou agora a de Joinville a Bolshoi entre outras, são todas do métodos russos, principalmente a municipal do Rio, tanto contraditório isso, bem mais isso já engloba outras questões que não caiba a mim aponta-las.
    mas como sempre adorei, mas ainda sim minha alma é russa até o fim…. rsrsrs
    bjs

  5. Gostei dos métodos da Royal e o Balanchine, são bons e não tão complicados como os da Vaganova, mas tenho que admitir que esse método russo é impressionante, por isso as bailarinas de lá tem tanta força e equilíbrio
    Beijos Cássia :*

    1. Isabela, eu sinceramente não sei. O ballet clássico chegou ao Brasil pelos russos, na década de 20, e, sendo assim, o método russo é a base do nosso ensino. Mas há muitas escolas que seguem o RAD, talvez pelo seu didatismo e por funcionar em diversos tipos físicos. Mas isso é apenas um palpite. Eu tenho percebido (mas é percepção mesmo, não tenho dados que comprovem isso) que o método russo só vem crescendo nas escolas daqui.

      Grande beijo.

  6. Cássia ameiiiii esse post.Calme não vou te dar bronca,o meu metodo é o da royal mas tb amo o russo e o italiano.Não conhecia muito bem o francês mas depois do que eu vi,entrou na minha lista de favoritos.
    Força catz continue assim (K)(K)

  7. O método da minha escola é Vaganova.
    Mas não tenho tanta experiência em Ballet assim para entender o que isso significa, efetivamente.

    Sei que adoro assistir a apresentações do Royal Ballet. Algo nele super me encanta. Só não sei explicar porque. rsrs Talvez seja o método. rs

  8. Tomara que você consiga aulas no método francês também *-*

    Eu me senti um tanto desatenta agora, fiz ballet por quatro anos, passei por três escolas e não faço ideia de qual era o método de nenhuma delas ): até sabia que existiam diferentes, mas nunca cheguei a perguntar. Não vou deixar de procurar saber quando eu voltar.

    Eu gostei mais do americano e do RAD. Mas é até difícil dizer porque são todos lindos. Quero aprender mais sobre, tomara que eu encontre livros pra isso.

    Bjs

  9. AMEI a aula do método americano! Deu super vontade de ter aulas com aquela professora, ela parece ser muito atenciosa e paciente, rs 😀

  10. Olá. Só para dizer que falhou um: o de Barbara Fewster. É o mais recorrente aqui em Portugal visto que é o que se ensina nas faculdades, é o que eu estudo 😉

    Cisne.

  11. Ameeeei o post !
    Acho primordial o estudo do ballet como vc faz aqui…continue assim!Sou uma das fãns do blog ! hehehe

    bjs

Os comentários refletem a opinião das leitoras e dos leitores e não correspondem, necessariamente, à opinião da editora do blog.

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Imagem do Twitter

Você está comentando utilizando sua conta Twitter. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s