Processos de criação

Uma das diferenças cruciais entre o estudo de teatro e de dança reside, justamente, nos processos de criação. Enquanto no primeiro passamos por várias etapas de construção de uma peça, mesmo com toda a supervisão do diretor, na dança, isso não acontece. No máximo, ensaiamos a nossa parte e acatamos o professor/coreógrafo. E fim de papo.

Talvez, por ter feito teatro por cinco anos, sinto uma falta imensa de participar de processos de criação. Às vezes, esqueço o assunto, mas basta assistir a qualquer documentário ou vídeo que essa vontade retorna. Quem sabe seja esse o motivo de “espetáculos de final de ano” nunca me satisfazerem como deveriam. Sou apenas um detalhe: não os vejo sendo construídos.

Claro, sei que na dança é diferente, inclusive profissionalmente. São raras as companhias em que os bailarinos também são criadores.

Mas, confesso, eu queria era participar do processo do começo ao fim.

Assistam ao vídeo sobre AMOVEO, criado por Benjamin Millepied, com Aurélie Dupont e Nicolas Le Riche, da Ópera de Paris.

Como não se apaixonar por algo assim, alguém me diz?

6 comentários sobre “Processos de criação

  1. bom, no lugar onde faço as aulas, a minha turma por ser a das alunas mais velhas, ajudamos em tudo.. principalmente no dia do espetáculo, pois a decoração nós que fazemos!!! Ou seja participamos de tudo do começo ao fim 🙂 damos ideias para a professora e falamos o que achamos e legal e que queremos tirar!!!

    espero que tenha entendido kkkk
    beijos e até!!!!

  2. Não concordo que o processo de criação não exista dentro da interpretação. Entendi o que você quis dizer, mas em um ambito mais profundo, interpretar também é criar tão digno quanto ‘fazer uma peça sua’. A criação consiste na interiorização da arte, não na sua exposição para o público. E isso é o mais difícil: construir algo que já está construído sobre todos os paradigmas que existem. Poucos conseguem, mas não deixa de ser criação…

  3. Que lindo! É quase como um filme. Bom seria se toda compahia ou até mesmo toda escola de ballet fosse assim. Acho que se os bailarinos participam de cada detalhe,eles se envolvem mais,entendem melhor o contexto em que estão inseridos. Eu numa esperiância dessas ia querer dar o melhor de mim e não apenas me “apresentar”.

  4. Lindo, Aurélie encatadora como sempre *-*
    E vamos combinar que a Natalie Portman foi bastante sortuda com o senhor Benjamin, e ele também, haha. Dois artistas incríveis, cada um à sua maneira!

  5. No clássico realmente é bem difícil de participar da criação, mas no moderno e contemporâneo apesar disso não ser frequente acontece às vezes. De vez em quando em projetos que tem como base pesquisa corporal o bailarino tem participação na criação, provavelmente não como acontece no teatro, mas existe um processo que se trabalha das idéias básicas como o tema do espetáculo, a sensação que se quer passar para o público e por fim a pesquisa corporal que acaba por se transformar na coreografia.
    Já participei uma vez numa oportunidade, vou dizer na minha sincera opinião que não gostei. Na verdade a simples ideia me apavora sempre a ponto de me deixar tão aterrorizada que não consigo fazer absolutamente nada.
    Como não conheço o processo do teatro não posso fazer comparações, e mesmo a situação que eu citei não tenho certeza se é ou não frequente de qualquer modo.
    Em todo caso acho que divaguei demais hehehe.

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