Eu admiro isso. Mais tempo de vida com ballet do que sem. Uma linda história para contar. Crer que ainda não chegou, pois há tanto a construir. Mas basta olhar e o passado se anuncia nas tantas solas gastas de sapatilha.
Eu fico mesmo admirada ao ver quem acha que já chegou, mas ainda está no meio do caminho. Quem tem certeza das próprias certezas. Quem espera as luzes se acenderem para só assim amarrar as fitas das sapatilhas.
Em pouco tempo, aprendi.
Há as bailarinas de palco.
Há as bailarinas das palavras.
Há as bailarinas dos dogmas.
Há as bailarinas da empáfia.
Há as bailarinas da rudeza.
Há as bailarinas da dança.
Há as bailarinas da vida.
Da própria vida.
Cansei do pescoço duro.
Cansei do nariz empinado.
Cansei do tom de voz elevado.
Cansei de quem se acha mestre,
mas sequer saiu dos primeiros passos de aprendiz.
O ballet não mora apenas na técnica. Isso qualquer um aprende.
Músico é músico por que entende de notas?
Escritor é escritor por que entende de palavras?
Pintor é pintor por que entende de cores?
Músico é quem transforma notas em música.
Escritor é quem transforma palavras em livro.
Pintor é quem transforma cores em quadro.
Bailarina é quem transforma passos em dança.
É nessa hora que ela mostra a que veio.
Merecedoras desse nome são raras.
A maioria quer ganhar o título no grito.
Mas Deus fez as Anas Botafogos,
que ganharam no mérito e na ponta dos pés.
De verdade, eu quero ver cada vez mais bailarinas assim.
Porque as outras, eu estou bem cansada de conhecer.
*—-* que lindo!
Ana é incrível! É a humildade em pessoa, serena, linda, simpática, feliz – mesmo tendo tristezas na vida, como a morte do marido, mesmo não conseguindo ter filhos.
Admiro muito a Ana também.
Lindo poema!
Beijo!
Lindo heim Cássia… já tinha lido, mas não tive tempo de comentar…
Beijos
lelê
Lindoooooooooooooo
*suspiro*
Lindo texto Cássia, e muito verdadeiro.
Beijão
Belissímas palavras, Cássia!
Beijos!