Uma das perguntas campeãs aqui no blog é: “Eu não sou flexível, posso fazer ballet?”. Ou, ao contrário, pessoas muito flexíveis que já se acham bailarinas por essa razão.
Por isso, adorei quando li na coluna Nosso corpo, de Francine Lima, da revista Época, um texto sobre alongamento com o subtítulo “Ser muito flexível não significa ser mais saudável”. Ela conta como mudou o seu conceito de alongamento e, principalmente, o que significa um “bom alongamento”. Preparem-se, é completamente diferente do que aprendemos nas aulas de ballet. É importante ler o texto completo, mas aqui estão alguns trechos:
Fazer exercício de alongamento sem saber o que precisa ser alongado não faz sentido. A coisa mais importante nesse tipo de atividade é justamente a atenção que se deve dar a cada parte do corpo. Se o objetivo de um movimento é, por exemplo, alongar a musculatura posterior da coxa, por que o professor diria que o aluno deve procurar encostar os dedos das mãos na ponta dos pés? Por que focar nas mãos e nos pés se a intenção é trabalhar a coxa? […]
Segundo a professora Adriana Ramos Schierz, ou Drika, que é fisioterapeuta e dá aulas de alongamento postural na Competition, eu não preciso necessariamente encostar as mãos nos pés para conseguir a flexibilidade de que eu preciso na parte posterior das coxas. […] Alongar errado é errado justamente porque, em vez de relaxar, tensiona.
Eu acho muito bonito quem consegue abrir espacato e encostar o pé na orelha. Mas nem sempre essa flexibilidade invejável é de fato invejável. […] pessoas hiperflexíveis têm de tomar cuidado para não estirar demais a musculatura e desproteger as articulações. As bailarinas molinhas e artistas de circo precisam é maneirar no alongamento e caprichar no fortalecimento da musculatura. [grifo meu]
O padrão do atleta não serve muito para promover saúde. Se a ginasta olímpica precisa exagerar na flexibilidade, apesar das dores, para ganhar medalhas, gente comum em busca de qualidade de vida deve ter como principal parâmetro o próprio corpo. Doeu? Está forçando demais ou na direção errada. Relaxou? Aproveite e permaneça. Não sentiu nada? Continue procurando até encontrar o seu limite. Sem olhar para o aluno ao lado, que tem corpo, dores e usos bem diferentes dos seus.
Francine Lima, repórter da revista Época, em Alongar quanto, e para quê?
Para ler o texto completo, clique aqui.
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São raros os professores que afirmam categoricamente que é mais importante ter musculatura fortalecida do que excelente flexibilidade.
A Darcey Bussell conseguiu se manter no ar por quê? Quem responder “por causa da força dessas pernas”, entendeu. Uma abertura de 180º sem uma musculatura bem-trabalhada só funciona no chão.
Olá Cássia…ameiii a matéria… se encaixou perfeitamente comigo…faço a algum tempo jazz e confesso que tenho um pouco de dificuldades com o alongamento…tenho um alongamento razoável, mas sei que dava pra ser melhor…treino todos os dias o espacate, mas ainda tenho mta dificuldade… vc teria alguma sugestão??
Oi Cássia, esse post me deixou realmente mais tranquila!
Comecei a fazer ballet com 22 anos e nunca havia praticado nenhuma dança ( não decentemente rsrsrs )
e sinto que apesar de não ser muito flexível e nem ter um an dehors que gostaria, mas por ter uma força muscular relativamente boa, consigo fazer muitos exercícios que minhas colegas flexiveis não conseguem realizar direito.
Mas minha professora tem muita noção da anatomia do corpo e passa isso pra gente…, e apesar de dar bastante alongamento explica que para conseguir levar o pé na orelha, é preciso de força nas pernas e no abdômen…
entao, você em casa que tá pensando em desistir por não ser bem alongada… pare já com isso! rsrsrs vista sua meia calça seu colan, e vá já pra aula!!!! rsrsr
beijoss e mais uma vez… parabéns pelo blog!!
olha o que eu acho é que tu andaste muito preocupada com a flexibilidade e não em ser saudável
Nossa,amei essa matéria,era tudo que eu precisava. A Darcey é incrível mesmo! Que mortal conseguiria fazer isso…
Bom, gostei muito do site. Sei que nao entrei por um acaso..eu comecei a fazer Jazz tem 3 semanas e estava muito desanimada com relacao a flexibilidade devido a amigas que entraram junto comigo e ja estao bem mais flexiveis do que eu. Isso tem me deixado muito pra baixo. Entao conversando com uma amiga ela me aconselhou a entrar no google e colocar: EU NAO SOU FLEXIVEL. Entao, encontrei este blogg que gostei muito.
Tenho 22 anos e comecei pelo stree dance onde me sai bem. E agora entrei no jazz. Amo dançar, mas as vezes os pensamentos negativos tem me atrapalhado bastante.
Que Deus abencoe voces!
gostei,super interssante
Eu tenho lembranças da minha infância em que eu já sentia dores para alongar. Na adolescência consegui um certa abertura, mas conquistada com muito suor…
Pretendo ano que vem fazer uma aula de alongamento chamada SuperFlex para ajudar no ballet, mas concordo que a força para o balé é o principal. Adorei o post! Continuarei lendo os demais que você selecionou…
Li., alongamento é questão de persistência e tempo. Ninguém consegue abertura de 180º de um dia para o outro. E as dores são normais, você só não pode forçar mais do que o seu corpo permite. E, com alongamento constante, ele permitirá irmos cada vez mais longe.
Beijos.
Cassia,
concordo com a francine ,pois já vi minhas profesoras forçando d+ os alunos novos, e eu ñ acho isso certo; consegui um ótimo alongamento sem as professoras me forçarem, ou como já presenciei, torturarem, eu acho q isso ñ funciona , deve vir da pessoa a vontade de se testar , superar limites e ñ simplesmente quando a professora achar q pode e pronto.tambem acho um pecado quando é feito com crianças, afinal são oito anos de ballet e ñ se deve conquistar em apenas um mes o que deve ser feito em anos;
GRANDE BEIJO CÁSSIA!
Vanessa, então, para sua perna chegar lááááá na orelha é questão de tempo. Quando conseguir, venha me contar? 😀
Grande beijo.
Pois Cássia, isso eu sei… Eu consigo fazer a espargata no chão, mas até agora só seguro a perna os 90º lol. A força vai-se desenvolvendo, eu noto, mas confesso que ainda quero levar a minha perna mais longe, não à orelha :D, mas mais longe…
bj
Júlio, pode sim! Mas não pense que você não precisará se alongar, hein?! Só não precisa encostar a perna na orelha, hehehe.
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Nossa, Ana, eu não sabia sobre essa relação entre falta de colágeno e flexibilidade. Eu já sou bem dura, será que tenho bastante colágeno? Vou pesquisar. Ah, mas essa inveja é o que eu chamo de “inveja branca”, quando a gente não quer o mal da outra pessoa. E ela é mesmo incrível. A impressão que eu tenho é que a Darcey Bussell faz tudo isso como se bebesse água. Nada parece difícil, ela nasceu bailarina mesmo!
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Gaby, e quem afirmou isso foi uma fisioterapeuta, então, há mesmo esperança para nós!
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Mari, é bacana ser flexível, mas só depois percebemos como a força faz diferença. O bacana é a gente equilibrar as duas coisas. Se você já tem essa flexibilidade, basta trabalhar o outro lado e fica tudo joia.
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Emily, você falou algo muitíssimo importante: a nossa saúde vem em primeiro lugar. Sempre!
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Leticia, tem razão, quando adultas nós ficamos mais atentas a isso. A gente aprende mais rápido a ouvir o próprio corpo. Ah, mas seu corpo precisa voltar das férias, hehehe. Depois de acordar, aí você já o coloca nas pontas, ô dó.
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Heydi, na verdade, não é uma reportagem, é um texto de uma colunista falando sobre alongamento. Ela não trata sobre a ginástica funcional, mas de como o alongamento, que é realizado em praticamente todas as modalidades de dança e esporte, deve ser realizado. Inclusive, a fisioterapeuta citada no texto dá aulas de alongamento. Sobre os profissionais do esporte e da dança, ela fala isso, o caso deles é outro. Eles precisam de uma maior flexibilidade porque esse é o seu trabalho, porém, acabam tendo sérias lesões no futuro. Mas quem não é profissional, não precisa passar por isso, né?
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Keylla, eu já vi bailarinas superflexíveis que não sustentaram a coreografia. Acho bacana o meio-termo, ser forte e flexível.
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Carol, eu já sou bem durinha. Os meus joelhos, coitados, não esticam dependendo do alongamento.
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Vanessa, sentir dor no alongamento, como foi explicado pela fisioterapeuta no texto, não pode acontecer. Se dói, há algo errado, pois não significa que o alongamento correto está sendo feito. Além disso, não acho que devemos confundir bailarinas amadoras com bailarinas profissionais. Esse alongamento do dia a dia é sim próprio para as estudantes, pois a intenção não é elevar a perna na orelha. Como bem falado no texto e nos comentários aqui, de nada adianta a flexibilidade se não existe a força. É preferível uma perna a 90º que se sustenta do que uma a 180º que cai.
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Bebel, o que tem de bailarina distendida por aí porque as professoras “forçam a barra”… Eu mesma já voltei com dor para casa uma vez . E comentei lá no seu blog. 😉
Beijos.
Beijos.
Muito boa esta matéria!! às vezes cometemos cada barbaridades com o nosso corpo nesses alongamentos, é muito falta de informação… orientação!!
Cássia…eu continuei aquela post falando sobre o bailarina sem pretensão, se depois quiser dar uma olhada eu agradeço!
Bjus
Muito bem, o alongamento para relaxar é bom para melhorar a actividade do quotidiano. Assim é que devia ser. Mas as professoras de ballet geralmente querem que sintamos alguma dor. Agora o que eu me pergunto é: até que ponto o alongamento para o dia-a-dia é apropriado para bailarinos? Não será necessário forçar um pouco mais, uma vez que precisamos mesmo de mais flexibilidade que o normal? (claro que não se pode descurar a força porque um alongamento muito prolongado resulta em perda de força muscular)
Beijus
aiai, preciso me alongar nessa férias. sou flexível, mas não tanto. a prima do meu namorado que parece uma massinha de modelar! ela é do tipo artista de circo rs
Sempre achei isso pq não adianta tu consiguires colocar a perma ma lua se quando danças não consegue mante-la. Paradinho é muito facil muitas pessoas conseguem fazer uma diagonal mas faz um gran jet, sem força muscular não há flexibilidade que sustente uma colheografia.
Essa nova geração de professores tem muito mais consciencia e conhecimento dos erros nos exercicios. Mas nem sempre foi assim, e no meu blog contei o que aconteceu comigo, qdo minha profesora de jazz mandou fazer grands battements e cair no chão abrindo espacato. Era minha 2ª ou 3ª aula, nunca tinha feito nada em dança e já estava com 17 anos.
Dois anos tratando um estiramento na parte posterior da coxa.
Mas hj temos muito mais professores interessados em estudar, pesquisar. Isso é muito bom para essa geração de bailarionos do seculo 21.
Foi criado a ginastica funional, que é exatamente isso, preparar o corpo com fortalecimentos e alongamentos para exercer com qualidade as funões do dia a dia, como carregar as sacolas do mercado, se abaixar pra pegar algo do chão, pendurar uma cortina estendendo muito os braços para cima.
Nao sei se entendi,mas a reportagem é direcionada a isso, nao?
Agora em se tratando de ballet e ginastica olimpica/ritmica é outra historia.A orientação, o ensino correto e a explicação dos objetivos dos movimentos devem sim fazer parte da aula.
Temos que ter cuidado,mas essas modalidades que são amadas e veneradas por muitos bailarinos (por muitos de nós), muitas vezes não percebem o exagero, querendo sim uma flexibidade a altura da arte.
Profissionais são profissionais não importando a area, sempre ocorrem lesões ao corpo, por esforços repetitivos, por mais que se cuidam.
Cássia,
Fantástico! Eu adorei… já escutei muito absurdo sobre alongamento, não só no ballet, mas na yoga e em outras atividades. Eu acho que o importante é o auto-conhecimento. Saber os limites do seu corpo, para não se machucar. Aprender a lidar com tudo isso é tão difícil… por isso acho que a maturidade da bailarina adulta ajuda muito a não cometer exageiros.
Não sou nem super flexivel, nem uma pedra… o meio termo.
Beijos!
lelê
PS> voltei ontem às aulas! Que dificuldade!!!! Tudo duro… o corpo está desacostumado. Não fizemos ponta… mas nem dava! (temos que saber qual a limitação do corpo… rs)
Essa matéria disse tudo!
De nada adiante ser uma borracha se a musculatura for de papel!(…etâ pensamento profundu…).
O que mantêm um belo jeté no ar e muitos développés sem dúvida é uma perna bem trabalhada com uma musculatura sadia.
Muita gente acha que bailarina de verdade é aquela que consegue tocar o nariz com os pés.
Gente chega de Svetlana Zakharova!!!Ela dança muito bem,pra caramba mesmo,mas naum é só porque ela toca o céu com os pés que nós vamos fazer mil e uma maluquices pra depois acabar no hospital ou pior..NUNCA MAIS PODER DANÇAR..já pensou que horrível!!!
É bom a gente maneirar,até porque o que está em questão é nossa saúde e sem saúde não tem como sermos bailarinas.
Que bom Cássia que vc é um ótima pesquisadora.
Valeu pelo texto.
Ele é muito informativo e serve para todas nós que sonhamos com o ballet.
PS: A Darcey Bussel realmente é uma combinação incrivel de ginasta e bailarina.
Bjos
É Cássia, isso q vc falou sempre percebi em mim, mesmo tendo começado o ballet com mais de 21 anos, sempre tive mta flexibilidade. Qdo comecei a fazer ballet tdos achavam (e ainda acham isso) q faziam desde bebê pela flexibilidade, porém apesar de flexivel não tinha praticamente nenhuma força, nunca tinha um salto assim tão retinho, ou conseguir manter a perna alta, pois a musculatura era mto fraca. Hj tenho um pouco mais de força, ainda bem.
Beijuus
Esperanças paras as bailarinas, enfim
o///
Ah, muito legal isso. Um ótimo artigo, eu realmente só fui compreender depois de muito tempo essa coisa de alongamento. E também descobri que boa parte da minha flexibilidade se da pela falta de colágeno, o que meu médico não viu com bons olhos.
A Darcey se tornou uma das minhas bailarinas prediletas, e já disse que invejo essa força na perna que ela tem, mas também a admiro muito.
Então eu,tão flexível quanto uma pedra,posso me aventurar no mundo do ballet? Good news =D