Para assistir várias vezes e entender as diferenças entre duas bailarinas, separadas por 50 anos, dançando a “Variação da Fada Açucarada”, de O Quebra-Nozes.
Ekaterina Maximova, 1958.
Maria Kochetkova, 2007 (a variação começa em 1’05”).
Antes era leveza e técnica; agora é capacidade física e técnica. Uma bailarina com a estrutura física exigida naquela época, provavelmente, não se sustentaria no mundo do ballet hoje.
Fonte: o excelente @theballetbag, do blog The Ballet Bag.
Júlia, mas grandes escolas de ballet existem para ensinar e formar bailarinos. Já uma companhia, de fato, só a aceitaria caso você já tivesse um alto nível técnico. Mas não há alguma boa escola de ballet próxima a sua cidade? Eu tenho esse Dom Quixote inteiro, é lindíssimo. No meu aniversário eu fiz um post com duas variações de Dom Quixote com a Aurélie https://dospassosdabailarina.wordpress.com/2009/06/26/aniversario-da-bailarina/
Beijos.
Não há tomates! Eu gostaria de ter o circo para poder viver da dança, sabe, poder dançar os papéis que eu amo e tudo mais.. Na região onde eu moro temos poucas escolas de ballet e eu acho as que temos aqui tão mal estruturadas.. Me dói ver que amo tanto uma coisa e queria tanto viver mais de perto e não posso, pois duvido muito que alguma cia ou grande escola de ballet me aceitasse ):
se tiver algum vídeo bombástico de d. q. com ela pode por o link por aqui? adoraria conhecer! beijocas
Mas também não gosto de bailarina sem emoção, gosto de assistir um vídeo de ballet que me faça chorar no fim, hehe.
Quanto a aurélie, eu assisti pelo youtube (péssima escolha haha) D. Quixote completo com ela mas a resolução taava tão pobrinha que nem notei muito nada
Júlia, pode me jogar tomate, mas eu não quero o circo não. Acho tão mais bonito quando não existe a intenção em mostrar o preciosismo de cada bailarino, mas quando o corpo de cada um fala pela dança. Eu aaaaaaamo a Lise da Marianela Nuñez, nunca assisti à Alina fazendo esse papel. Agora vou procurar! Eu adoro a Osipova, mas a minha Kitri do coração é da Aurélie Dupont.
Grande beijo.
Ihhhh, essa é mesmo uma questão difícil! Todas nós queremos o ‘circo’ meesmo, porque é uma coisa de nossa época!
As grandes bailarinas de nosso tempo para mim, são aquelas que unem as duas coisas e por isso não sei se tenho uma bailarina preferidissima, pois dependendo da personalidade de cada uma a interpretação do papel acaba sendo influenciada.. Para citar um exemplo quem nunca viu a interpretação do mesmo papel de Lise em La Fille Mal Gardée interpretada por Alina Cojocaru (ao meu ver, uma lise mais meiga) e Marianela Nuñez (ao meu ver, uma lise mais comica).
De qualquer forma, quando se trata de nos emocionarmos assistindo a diferentes ballets não consigo deixar de citar Natalia Osipova, que me faz querer sair saltitando toda vez que assisto kitri hahaha
Ana, muito obrigada pela ajuda, mas depois de um fim de ano agitado, aproveite para descansar. Ano que vem eu retomo esse assunto, daí a gente pesquisa e cria, pode deixar. 😉
Doce beijo.
O grupo do MSN precisa criar, como se fosse um email no live messenger tem a opção criar grupo, para participar é só adicionar como se fosse um contato comum. Não sei se é isso que você quiz dizer, qualquer coisa eu explico. Se quiser posso pesquisar sobre a criação do fórum online, estou com mais tempo livre agora…
Beijos
Ana, muito obrigada! Eu fui pesquisar sobre a criação de um fórum e não entendi nem 10%, hehehe. O grupo pelo MSN que você diz é aquela coisa básica de todas se encontrem por lá e conversarem ao mesmo tempo? Mas eu pretendo criar algo sim, daí teremos um espaço para discutir mais. Aqui no blog os assuntos ficam meio perdidos conforme novos posts vão chegando e às vezes o assunto rende tantas discussões que merece que a gente continue. Eu verei direitinho isso, pode deixar. Já vá se preparando. 😉
Grande beijo.
Cássia,
há vários meios pra montar esse grupo de discussão virtual, pode ser através de um fórum, ou a criação de um grupo pelo MSN. Dá para amadurecer a idéia e traçar a linha de pesquisa. Depois é só convidar outras bailarinas interessadas pela teoria e história do ballet :).
Bjs
Thaís, eu tinha começado a ler logo que comprei, mas como leio muito para trabalhar, às vezes eu fico tempos sem ler outras coisas. Daí, há um tempinho, peguei o livro novamente. Quando ele começa a falar sobre essa coisa circense, eu só lembrava de você comentado aqui sobre isso, quando me indicou o livro, hehehe. Pior, a gente olha racionalmente e pensa: “É, tem razão, é circense mesmo”. 😛
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Ana, às vezes o bacana nem é chegar a uma conclusão, mas sermos capazes de perceber as diferenças. Acho que melhora imensamente a nossa percepção como bailarinas. Nossa, essa ideia de grupo de discussão é genial, hein?! Será que a gente consegue fazer isso virtualmente? Claro que seria mais bacana se fosse pessoalmente, mas quem manda cada bailarina daqui morar num canto, né? E, imagina, não fugiu do tema de maneira alguma, muito pelo contrário!
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Não é, Leticia? O tempo passa e as coisas mudam, e muito!
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Jinnye, você nos salvou! Eu fiquei pensando que jamais encontraria esse documentário, porque eu lembrava que o nome nada tinha a ver com ballet. Muito obrigada, mesmo! O problema agora é encontrar uma cópia ou torcer para a Eurochannel reprisar.
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Carol, quando falei da leveza, quis dizer que antes isso bastava, hoje a bailarina tem de ser leve e atleta. É só pensar na Darcey Bussell, que até pouco tempo era primeira bailarina absoluta do Royal, a estrutura física dela é realmente de uma atleta! As bailarinas de antigamente jamais conseguiriam fazer um grand jeté que ela faz, por exemplo, simplesmente porque não tinham força para isso.
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Patrícia, quando começamos no ballet que percebemos como essa leveza é mais difícil de conseguir do que a gente imagina, não é?
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Vanessa, adorei o seu comentário! Eu repensei algumas coisas… A Margot Fonteyn realmente tinha um punhado de “falhas” e ainda assim é um primor dançando! Não há um vídeo que a gente assista e não fique encantada. Vou pensar melhor nisso quando eu mesma for dançar, a gente se preocupa tanto em não ter isso ou aquilo, e esquece que ser bailarina começa num outro lugar do nosso corpo: dentro da gente.
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Emily, tem razão, a interpretação faz uma imensa diferença! E as bailarinas hoje em dia são mesmo menos expressivas. Bem menos, aliás.
Beijos.
Olá Cássia
Sabe,para mim o mais importante no Ballet é a interpretação.O Bailarino deve passar para o público que o assiste as emoções do personagem em questão.Do que adianta uma perna super alta,um en dehors de 180º,enfim ser uma ginásta perfeita sem a expressão,a interpretação e a leveza.
O Ballet é isso expressão,interpretação,leveza.Uma bailarina de verdade deve reunir todas essas qualidades e naum ser uma ginásta robô sem emoção.
Ekaterina Maximova realmente é a Fada Açucarada,basta olhar sua leveza e interpretação da personagem que ela faz com muita graça e elegância,naum q Maria Kochetkova naum seja também,mas sua interpretação deixa a desejar.
Bem, o ballet é como tudo na vida, evolui… Podemos olhar para trás com saudades e com admiração, mas o presente é que conta.
Mas sim, antes valia mais a arte e acho que os bailarinos sentiam mais a música, agora o objectivo é mostrar o quanto se pode fazer e do que eles são capazes!
Quanto aos vídeos, para mim, se a Maria é uma linda bailarina cheia de virtudes técnicas, a Ekaterina é que lhe ganha sendo a verdadeira Fada Açucarada! Só aquele sorriso lindo… Vê-se que ela assumiu o papel, é uma fada e parece agir como tal. Até o figurino abona mais a seu favor.
Agora, a Pavlova continuaria a ser tão boa bailarina agora como foi no seu tempo. A diferença é que outrora o estilo era diferente e tal como ela aprendeu foi como reproduziu. Possivelmente se fosse hoje aprenderia da mesma forma que nós e seria também brilhante porque o talento não está nos 180º de en dehors, mas sim no nosso interior. O ballet une tantas coisas que pelo menos se formos menos bons nuns detalhes podemos compensar de outras formas. Senão veja-se o caso de Margot Fonteyn, considerada a melhor bailarina de sempre, ela tinha algumas falhas, os pés eram pouco fortes e o seu trabalho nas pontas nunca foi perfeito, os seus arabesques nunca subiam mais de 90º… E quem precisava disso? Ela não era magnífica mesmo assim? O público amava-a e ela retribuia da melhor forma que podia, dava o seu máximo, vivia e encarnava a personagem, entregava tudo no palco! É isso que faz uma bailarina ser fora de série! (A sério, de que vale ver uma perna subida junto à cabeça se a bailarina simplesmente parecer um robot??)
Bem, este assunto realmente dá pano para mangas… LOL e suscita opiniões apaixonadas! Eu vou parar por aqui!
Beijos
Eu gosto de associar o bailado clássico à leveza de movimentos. Pela elegância, pela fluidez, pela aparente facilidade dos mesmos.
Ao mesmo tempo que adoro uma quote da Nini Theilade que tem lá no meu perfil do Orkut, acho que no caso dessa bailarina que parece a Audrey, há muita leveza! Gostei de ambas as variações, mas realmente, a exigência física é outra hoje em dia. Mas não acho que se perde a leveza. As grandes bailarinas conseguem ter… =]
Beijos
Cássia, você levantou uma ótima questão! Acho que devemos pensar que hoje existe um virtuosismo técnico que vai além da própria arte. Mas vai além, na minha opinião, de uma forma negativa. Fazendo ginastas-bailarinos que muitas vezes não tem o efeito artístico esperado nas sua performances.
E eu assisti esse documentário! hehehe. Duas vezes. O nome é “Os Últimos Fantasmas”. E a bailarina que dança Odile é a Yelena Yevteyeva. Esse vídeo tem a parte que mostram no documentário: http://www.youtube.com/watch?v=Q2orU_33xyo
Sinceramente, perfeita. Dá pra ver a diferença entre ela e a estrela do kirov Uliana Lopatkina. Depois que a assisti(yevteyeva) a Lopatkina me pareceu muito murchinha.
Enfim, minha opinião!
Beijos!
Adorei ver!!!
Como tudo vai mudando, não? Mesmo no ballet, uma prática tão tradicional…
Beijos
lelê
Eu vi os dois vídeos, e agora to assistindo outra vez, e tenho certeza que vou assistir muitas outras. Porém, ainda não cheguei a uma conclusão. Vou ter que pensar a respeito.
Acho que esse assunto de analisar o contexto histórico é ótimo, adoro isso. Tive uma idéia assim quando estava estudando pro vestibular.
Já deu vontade de criar um grupo de discussão pra debater o tema, estudar história da dança, ver toda a transformação do ballet clássico desde seus primórdios.
Não sei se fugi da proposta do post, mas a essa hora a cabeça já deu tchiutchi.
Vc. já começou a ler o “Dançar a Vida”? Ele fala exatamente sobre essa coisa circense. é de chorar! Cuidado pra não er vontade de cortar os pulsos! hahaha
Thaís, você tem razão, acho bem bacana a gente analisar considerando as épocas, especialmente para aprender como o ballet mudou. Tem um documentário, eu só vi uma parte, o problema é lembrar o nome… Passou na TV a cabo. O diretor acompanhou um grupo de senhores e senhoras que há décadas vai ao Kirov assistir às apresentações. Eles analisam tudo! E fazem aulas de ballet, acredita? Um deles tinha coleção de vídeos das apresentações, e chorou ao ver a Variação de Odile dançada por alguma bailarina do passado. Ele mesmo disse: “Isso sim é dançar… não é essa coisa de perna alta que vemos hoje em dia”. Depois disso, comecei a pensar se ele não tinha razão. Uma vez, li que a Pavlova disse que mais de duas piruetas na sequência era circo. Quando comentei isso num grupo de bailarinas, eu ouvi: “Mas todo mundo quer o circo, né?” Confesso, me dá uma pontinha de tristeza de saber que, hoje, a Pavlova não seria uma grande bailarina. Logo ela!
Nossa, esse assunto vai longe, um dia a gente conversa melhor sobre isso! 😀
Grande beijo.
Cassinha,
Em minha última aula, minha professora comentou que Ana Pavlova era completamente en dedans. Fiquei pasma! Daí, pensei que é muito importante considerarmos as épocas, a diferença no ensino da técnica, o ambiente, a tecnologia (estruturas de palcos, sapatilhas, etc) e até mesmo nossas alterações físicas. Dificilmente, Pavlova seria uma grande bailarina nos dias de hoje. Não consegui chegar à conclusão se isso é bom ou ruim… 😦