Outro dia pensei o seguinte: o que antes não fazia a menor diferença na minha vida e hoje se tornou indispensável? Não falo daquilo que é essencial para bailarinas – por exemplo, sapatilha não entra na lista –, mas daqueles itens que existem por aí, as pessoas usam normalmente em outros momentos, mas para nós passaram a fazer parte do ballet.
A minha lista consiste em:
Coque
O clássico dos penteados, especialmente para noivas. Não adianta, para mim, coque é sinônimo de ballet. E nem me peçam para fazer um para ir à alguma festa. Fiz uma vez e só conseguia enxergar a bailarina.
Redinha de cabelo
Eu achava normal para comissárias de bordo, atendentes de lanchonete e funcionárias de laboratório. Eu olhava e achava muito feio. Paguei a língua, tenho várias redinhas e uso para segurar o coque. Usava quando tinha cabelão e acostumei, mas agora também uso porque tenho os cabelos acima dos ombros, então só ela consegue segurar.
Grampos
Eu não usava nem para deixar o cabelo mais estiloso. Para mim, grampos eram amigos dos bobes. Hoje, não vivo sem minha caixinha e já os levei para a vida fora do ballet. O cabelo está estranho e sem graça? Alguns grampos fazem toda a diferença.
Base de unha
Eu mesma faço as minhas unhas, mas não costumo passar base antes, mas ela sempre esteve lá entre os esmaltes todos. Agora, uso base nas fitas de cetim para não desfiar, nas meias-calças quando desfiam, nos elásticos antes de costurá-los nas sapatilhas. A base virou minha amiga e companheira.
Base de rosto
Só me tornei fã de maquiagem de uns tempos para cá. Antes de usá-la volta e meia, aprendi a usar nas alças do figurino. É só passar no elástico branco, assim ele fica da cor da pele e não aparece no palco. Encontrei uma exatamente no meu tom e ela mora junto com as minhas bases usadas na maquiagem.
Laquê
Para segurar o coque? Não, para segurar a fita da sapatilha no lugar certo. Depois de amarrar, fazer o nó e escondê-lo embaixo da fita, basta espirrar um pouco de laquê. Foi um dos primeiros truques que aprendi no ballet.
Meia-calça
Voltou à moda, mas já foi considerada coisa de tia-avó. Eu usava, no máximo, a de fio 40. Descobri que meia-calça de suplex é uma das grandes amigas da bailarina, segura tudo e é muito confortável. É mais cara, mas a sua vida útil é bem maior.
Talco
Há quem use aqueles talcos para os pés, para inibir o odor comumente conhecido como chulé. Eu nunca usei, tampouco gosto do cheiro. Quando comecei a usar sapatilhas de ponta, soube da importância do talco para a conservação das ponteiras de silicone. Comprei o clássico talco para bebê. Cheirinho bom e ponteiras felizes.
Linha e agulha
Salvo nos casos de bailarina costureira ou formada em moda, ambas só surgem quando temos de fazer algum conserto de emergência. Isto é, quando não pedimos para a mãe ou a avó fazerem o serviço. Minha mãe quem costurava para mim, mas percebi que não poderia pedir a vida inteira. Agora, quem costura as fitas e os elásticos sou eu. No começo, é normal espetar o dedo, costurar torto, mas depois é supertranquilo. Gosto de colocar as sapatilhas quando termino de costurar e saber que teve a minha mão ali.
nunca testei o laquê nas fitas. Parece uma boa idéia, mas eu prefiro ficar com os pontinhos, mesmo. Na hora a apresentação é melhor. Só fica ruim pra tirar, depois, mas acho mais seguro! 🙂 O resto eu já conhecia. É ótimo
saber dessas dicas. Elas salvam nossas vidas! haushuahs
Carla, eu ainda não testei os pontinhos, mas no palco, deve ser bem melhor mesmo. Eu já usei laquê em apresentação e a fita soltou do mesmo jeito. =/
Grande beijo.
Boa noite! Podem me informar sites onde possa comprar tutus no Brasil?
enviem para meu e-mail
sabrina.app@terra.com.br
Vou acrescentar chá preto na minha lista, e não é pra beber, mas pra tingir meia-calça, porque só existe uma marca de meia que não me incomoda, e como não é especializada em dança não tem salmão ou rosa, apenas branca.
Ainda não fiz a experiência, mas acho que vai dar certo minha professora garantiu que vai ficar com uma tonalidade linda de salmão. Vamos ver.
Beijos
Ana, mas mesmo usando ponteira de silicone por baixo da meia, existe o restante do pé, né? Hehehe. E a sua sorte não foi apenas da sua professora ter ido junto, mas a sapatilha ser exatamente adequada ao seu pé. A Gaynor Minden possui mais de duas mil sapatilhas, de combinações diferentes, tamanha a diferente entre os pés de cada pessoa. Você realmente teve sorte. E fato é o collant. 😉
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Patricia, adorei saber as diferenças! Já sei o que é fato, verniz e laca. Depois de ler o seu comentário no post “Para os dias de frio”, dizendo que aí dá para usar aquela roupa linda, pronto! Agora é só eu ir para Portugal, hehehe. E, com certeza, qualquer hora pedirei a sua ajuda para fazer um post bem legal sobre os termos.
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Estela, pelo jeito eu demorei para responder. Eu só conheço uma loja internacional, que está nos links do blog no canto direito, a Benefis, lá tem. No Brasil, você encontrará uma coisa ou outra na Capezio. Já que sua mãe sabe fazer, talvez na Capezio você encontre só a armação, e ela faz o restante.
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Suelen, giro é pirueta? Adorei a ideia, seria mesmo bem legal esses cursos de férias. Farei um post sobre isso quando dezembro chegar, pode deixar. De nada. 😉
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Poxa, Carol, quando eu coloquei “bailarinas formadas em Moda”, pensei em você, hehehe. E eu namoro os produtos da Granado há um tempão, mas em São Paulo é mais complicado de achar, quero comprar pelo site. Também gosto de coque despojado, acho que fica lindo. Ah, e grampos salvam mesmo a vida! Faz uma difereeeeença.
Beijos.
Ah, sim: grampos fazem parte de todos os meus penteados. To-dos rs
Apesar de ser formada em Moda, sou péssima costureira… Amo talcos! Odeio perfume, então uso como desodorante o Fresh da Granado!
Amei as dicas da base de unha e da base! Não fazia idéia!!
Coque, realmente, só no ballet! Acho meio cafona… A não ser que seja meio despojado…
Beijoss!
Adoro as expressões de portugal!!!Muito giro!!!Ainda usa-se “giro”, Patrícia?….Enfim….adorei o post e os comentários!!!Essa turma é muito animada!
Janeiro está chegando e tem academias que fazem cursos de férias em São Paulo e no Rio….Podíamos ver quem dispõem de tempo e marcarmos aulas juntas….assim nos conhecíamos pessoalmente!!
Só sugestão!
Grande beijo para todas e Cássia obrigada! Por acaso você entrou em minha vida e seus depoimentos me completam e incentivam!Super beijo no coração!
Oi Tudo bem? Vou dançar Esmeralda em dezembro, mas aqui não estamos encontrando uma costureira para fazer a roupa. A única que tem está muito atarefada com as costuras de fim de ano da academia que ela é credenciada. A minha academia ainda não tem uma costureira fixa e desta vez está dando trabalho. No entanto, minha mãe se prontificou a fazer minha roupa (ela sempre faz para mim), mas não sabe onde comprar aquela armação para Tutu prato. Vocês sabem onde encontrar algum lugar que venda a armação ou mesmo a roupa pronta? Ou algum editorial de como fazer um tutu prato? Sei que ela vai acabar descobrindo e dando um jeito como sempre faz, mas queria muito ajudá-la. Agradeço desde já. Beijos
Obrigado viu?
Fatos são roupas né? Collant, meia, saia ???
As minhas compras favoritas também são na loja de ballet, fico maluca lá dentro, e como a escola onde faço aulas não exige uniforme, aproveito pra usar coisas diferentes como saia estampada. E como não tenho marido não tem ninguém pra ficar andando de um lado para o outro hehehe.
Beijos
Bons Dias, a todas 🙂
É verdade Cássia,trabalhamos em ramos semelhantes.
Ora bem fato é o maillot, como a minha professora é da RAD, nós vamos usando os fatos conforme os níveis. Se bem que na turma de adultos, a escolha do mesmo fica à nossa consideração. O meu é preto com a meia-calça ( existe uma própria de ballet) rosa muito clarinha.
O verniz, é o verniz de pintar as unhas. Presumo que a vossa laquê, seja a nossa laca de cabelo (se precisar ajuda no tal post, pode contar comigo).
Ana, de há uns tempos para cá, as minhas compras favoritas é mesmo na loja de ballet… dá para nos perdermos lá dentro com tanta coisa bonita… fica o marido do lado de fora a andar de um lado para o outro com um ar resignado.
bjs
Ah então, eu comprei meia-calça de suplex realmente não pinica, é uma maravilha isso!!! Eu não tenho problemas em fazer aulas sem meia, mesmo com a sapatilha de ponta, porque desde a primeira aula usei ponteira de silicone, e como uso meia-calça conversível (aquela que tem um furo na sola do pé) a ponteira fica por baixo da meia, então dá quase na mesma.
O único porém de fazer aulas sem meia é minha perna branca feito leite, fazer o que né??? Sou branquela mesmo hehehe
A minha primeira ponta foi uma maravilha para os meus pés. Claro, eu tive uma ajuda tremenda porque minha professora foi comigo na loja comprar a sapatilha. Amo de paixão minha prof por isso, ela é super mãezona, se outra aluna tivesse pedido pra ela ir na loja ela ia, aliás ela se oferece pra ir junto comprar a primeira sapatilha de ponta pra te ensinar a escolher a certa, a costurar o elástico e as fitas.
Amanhã ela vai comigo porque somos duas loucas consumistas, vamos sair com meia loja hehehe.
Ah, eu amo sapatilha nova mesmo, claro que tem a parte cruel de amolecer a palmilha, mas mesmo assim é uma sensação tão boa colocar uma sapatilha nova no pé. Acho que eu to me sentindo mais ansiosa pra comprar essa sapatilha do que a primeira, é como se eu tivesse me saído bem no primeiro desafio louca pra ir pro segundo, deve ser por isso que quero tanto minha sapatilha nova.
Ana, meia-calça de suplex não pinica. Experimente e nunca mais tenha birra de meia-calça. E eu uso meia mesmo quando está muito calor, porque acho ruim usar sapatilha de ponta sem meia, talvez porque tenha feito a primeira aula sem. Acho que faz uma imensa diferença. E você é a primeira bailarina que conheço que adora sapatilha de ponta nova, hehehe. A maioria não gosta. Eu já estou na segunda, mas prefiro a primeira. Talvez porque ainda não achei “A” sapatilha para mim.
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Patricia, sabe quando você está cansada e com preguiça? Por essa razão tantos dias sem posts, mas pelo menos um por semana dá para garantir. E obrigada por passar aqui sempre. E você trabalha em editora? Mas que bacana! E, imagina, não existe a menor gafe linguística! Adoro as bailarinas portuguesas comentado aqui, aprendo muita coisa. É bom a gente conhecer as diferenças de termos, vai que um dia você vem para cá e eu vou praí? Agora, me diz, o que é “fato”? O verniz eu desconfio que seja o laquê, certo? Isso dá um post! Qualquer dia farei as diferenças entre os termos, pode deixar. Ah, sim, e por aqui se chama perneira mesmo. 😀
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Leticia, mas oras, de quem eu lembrei quando falei “bailarina costureira”? De você! Hehehe. Eu acho coque lindo, mas ainda não me desvencilhei da bailarina. Preciso começar a fazer uns soltos, sabe, para me acostumar, assim os coques superpresos viram sinônimo de ballet, hehehe. Eu também só virei fã de maquiagem mais tarde, aos 29. Eu adoro um corretivo para disfarçar as olheiras. Ah, mas o momento da sapatilha de ponta vai chegar logo! Mas um dia você costurará um figurino, tenho certeza. Nem que eu dance um solo, só eu, chame o bairro todo e te contrate para costurar o meu figurino. E não é brincadeira não. 😉
Doce beijo.
Cássia,
Sabe que adoro coques???? Não é toda aula que faço coque para a aula, mas já fiz vários penteados com coque. Vejo a bailarina também, mas acho fofa a referência. Adoro!
Outras coisinhas que você comentou… também sou fã de maquiagem (esta minha mania começou por volta dos 27 anos, quando a pele já não era a mesma… sempre passo uma base+pó para ficar com ar de saudável).
Sobre o laquê e o talco, vou guardar as dicas para quando chegar a hora… rs.
Sobre agulha e linha… nem preciso comentar. Adoro!!!! Pena que sobra pouco tempo para praticar. Quero um dia costurar um figurino! Será um sonho ver no palco, algo que produzi.
Beijo
lelê
Viva ! Post novo, que bom !!
Eu bem que caio aqui todas as manhãs ao chegar à editora na curiosidade de um novo post… e hoje, tem 🙂
Tão engraçado a diferença dos nossos termos…
Para já – bailarina recente – na minha mochila de ballet, apenas tem: o fato, a meia, as sapatilhas, um casaquinho de traçar e um elástico para o cabelo. Na semana passada comprei umas perneiras (não sei como chamam no Brasil, espero não estar a cometer nenhuma gaffe linguística,se estiver, apaga Cássia, por favor 🙂 ).
Mas nada como estar sempre a aprender, fico a saber da utilidade do verniz, do pó de talco e da agulha & linha.
beijinhos de Portugal
Uia, quantos truquezinhos!!! hehehe
O coque, os grampos, a meia-calça, o talco, linha e agulha também se tornaram indispensáveis pra mim. E eu não suportava coque e nem meia-calça antes de começar o balé.
O coque porque tenho, e sempre tive, pouco cabelo então meu coque vira em nada. E a meia-calça porque me pinica é horrível de usar, mas em se tratando das aulas de balé elas estão lá. A não ser em dias extremamente quentes, como no sábado passado, 32ºC aqui em Curitiba é uma temperatura altíssima, aí vai sem meia mesmo.
Eu também uso talco de bebê nas minhas ponteiras é uma delícia o cheirinho!!!
Amanhã a linha e a agulha estarão presentes na minha bolsa pra costurar o elástico e as fitas da minha sapatilha nova… Não vejo a hora de ir pegar a sapatilha na loja.